Escola sem provas, nem boletim. Conheça a pedagogia Waldorf
Queridinha dos pais do Vale do Silício, meca da tecnologia, pedagogia não usa computadores e valoriza as experiências das crianças
Educação|Do R7
Uma escola que leva a brincadeira a sério. As aulas de música e de artes têm o mesmo peso que português e matemática. Nada de provas, boletins nem livros didáticos até o fim do ensino fundamental. As crianças são avaliadas por um único professor e, ao contrário do que ocorre em boa parte das escolas tradicionais, os alunos das escolas que usam a pedagogia Waldorf ficam bem distantes de eletrônicos, computadores e tecnologia em geral.
O curioso é que justamente essa pedagogia, que completa 100 anos de existência, foi escolhida pelos pais do Vale do Silício, o berço das maiores empresas de tecnologia do mundo como a Apple, como método de ensino para seus filhos. E por quê?
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“As escolas desenvolvem com as crianças habilidades muito procuradas pelas empresas, são pessoas que fogem do trivial, pensam fora da caixinha”, explica Irceu Munhoz Júnior, professor da Escola Waldorf. “É uma pedagogia que é muito moderna e necessária no processo de formação do ser humano.”
Método
As escolas têm um compromisso com o desenvolvimento integral da criança: capacidade emocional, social e motora. “Esse desenvolvimento respeita o ser humano e é um contraponto a essa era digital”, avalia Munhoz.
Desta forma, os alunos são incentivados a trabalhar com as mãos em aulas de marcenaria ou tricô, por exemplo. Além de desenvolver as habilidades manuais, os estudantes têm aulas de música, teatro e arte. Todo esse conteúdo somado a base comum curricular do MEC (Ministério da Educação).
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Na pedagogia Waldorf tudo tem um sentido, uma razão de ser. A criança planta o trigo, cuida, colhe, debulha, faz a farinha para produzir o pão. A alfabetização só começa aos 7 anos, quando as crianças já têm maturidade e sem pressa. O que vai na contramão da maioria das escolas e até do próprio MEC, que prevê que ao fim dos 7 anos os alunos estejam plenamente alfabetizados.
“Do maternal ao ensino médio ensinamos o aluno a aprender, a se apropriar do conhecimento, a vivenciar e não decorar”, avalia Munhoz.