Escolas usam avaliação diagnóstica para melhorar aprendizagem
Professores trabalham com plataformas para direcionar o planejamento de aulas de acordo com as dificuldades dos alunos
Educação|Karla Dunder, do R7
Após um ano de aulas remotas, professores e escolas perceberam a necessidade da avaliação diagnóstica dos estudantes. Muito além da nota, a sondagem avalia o que de fato crianças e adolescentes aprenderam durante o ensino remoto. Para especialistas, esse tipo de avaliação deve mudar a cultura em sala de aula e ir além da aplicação de prova e as notas.
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Para a estudante Julia Fim, 13 anos, a "pandemia foi um choque". Aluna do 9º ano do Colégio Caminhar, em Santo André, região do Grande ABC de São Paulo, teve um mês de férias antecipado para que a escola pudesse se organizar para as aulas online.
"Foi uma doidera no começo, tudo complicado, mas aos poucos consegui me adaptar às plataformas e elas têm me ajudado muito", diz. "Consigo localizar os pontos que tenho dúvida, o que torna o estudo mais fácil."
A professora de matemática Caroline Rubin, também do colégio Caminhar, utiliza a plataforma Axios como ferramenta de apoio para as aulas e também para revisão e reforço. "Pela plataforma, os alunos fazem a avalição não apenas dos erros e acertos, mas da estratégia e raciocíonio do aluno, consigo entender qual a dificuldade, pontos que não estão claros e elaborar um revisão mais direcionada para sanar as dúvidas."
O Colégio Inovar Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, adotou um sistema de simulado, a partir do qual a escola fornece um diagnóstico individual e monta um plano de estudo individual baseado nas habilidades da BNCC. (Base Nacional Comum Curricular).
"A plataforma permite que nós montemos nossas avaliações, já que uma prova mais autoral impede, por exemplo, que o estudante encontre as respostas ao colocar as questões no Google", explica Tainá Magaldi, diretora do Colégio. "Além disso, o sistema oferece vídeos explicativos de cinco minutos sobre os temas abordados nas questões. O tempo ideal para adolescentes, que muitas vezes não conseguem manter o foco por muito tempo."
O colégio faz as avaliações diagnósticas a cada três meses com os alunos do 1º e do 2º anos do Ensino Médio, como uma forma de reverter as dificuldades antes da chegada ao último ano.
A diretora de Avaliação da Moderna, Isabel Farah Schwartzman, destaca que "as avaliações diagnósticas devem mudar a cultura das escolas". Para ela, as avaliações permitem que os professores possam acompanhar a aprendizagem dos alunos individualmente e direcionem melhor as aulas.
"Temos as sondagens do começo do ano, mas acredito que um processo contínuo pode ser mais eficaz, não é apenas uma prova e a nota, é a análise com base em dados, um trabalho mais analítico que possibilita um planejamento melhor das aulas," avalia."As plataformas ajudam os professores a olharem individualmente para cada aluno."