Escolas já começam a colocar em prática as propostas do novo ensino médio. O novo currículo, que passa a ser obrigatório em 2022, prevê os chamados itinerários formativos, cursos que os estudantes escolhem fazer de acordo com suas aptidões e projeto de vida. Seguindo essa proposta, nasceu o Midiorama, um dos itinerários formativos do colégio Lourenço Castanho. A proposta do curso foi oferecer, de maneira ampla, uma educação midiática e o resultado foi a criação de um aplicativo chamado Culturama, que oferece conteúdos sobre saúde física e mental e dicas culturais em tempos de pandemia. "Muito mais do que criar um aplicativo, a proposta do curso foi fazer uma leitura das mídias, entender o fluxo de informações e desenvolver o pensamento crítico desses estudantes", explica o professor Alexandre Sayad, diretor-geral da global da GAPMIL (Aliança Internacional para parcerias em Alfabetização Midiática e Informacional), de Paris, da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O curso foi ministrado na modalidade online. "Foi um desafio, para engajar os alunos e quebrar a monitonia, convidei profissionais da área como cineasta, fotógrafa entre outros para conversarem com os alunos", diz. "Eu me coloquei como facilitador e os estudantes como protagonistas, no fim do curso, a proposta era construir um produto dessa reflexão, eles escolheram o aplicativo."USP oferece de graça videoaulas com matérias do ensino médio "Escolhemos o aplicativo porque nesse período de pandemia as pessoas têm acessado mais o conteúdo digital", explica uma das estudantes, Raquel Abbud. "Nas nossas conversas discutimos como nos sentíamos nesse período e decidimos fazer um aplicativo que possa ajudar as pessoas com atividades, filmes, dicas culturais, uma forma delas se distraírem aprendendo", completa a estudante Maria LuízaAlves. A parte técnica contou com o apoio da plataforma Fábrica de Aplicativos, no entando, os alunos desenvolveram e programaram o aplicativo. Também coube a eles a criação da arte, do design e de todo o conteúdo. "A elaboração do aplicativo exigiu muita dedicação, claro que uns estão mais dispostos do que outros, mas não fizemos por obrigação, foi divertido e aprendi muito fazendo", diz Maria Luiza. "Tive a oportunidade de trabalhar com pessoas que eu não tinha contato, conhecer pessoas diferentes foi muito interessante", finaliza Raquel. O texto do novo ensino médio foi aprovado em 2017 e deverá ser realidade em todas as escolas do país a partir de 2022. As escolas devem oferecer 60% do currículo com base na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Os outros 40% serão flexíveis, e os estudantes devem seguir os chamados itinerários formativos, os alunos terão a oportunidade de escolher em qual área do conhecimento desejam se aprofundar de acordo com suas aptidões e projeto de vida. Em São Paulo, a Seduc (Secretaria de Estado da Educação) divulgou que a partir do segundo ano do médio, os estudantes terão as seguintes opções de itinerários: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza; e seis áreas integradas: Linguagens e Matemática, Linguagens e Ciências Humanas, Linguagens e Ciências da Natureza, Matemática e Ciências Humanas, Matemática e Ciências da Natureza, além de Ciências Humanas e Ciências da Natureza. O estudante ainda poderá optar pela formação técnica e profissional.