Metade dos estudantes de escolas públicas não tem acesso a bibliotecas, mostra levantamento
Apenas 31% das instituições públicas do país têm bibliotecas; das unidades da educação infantil, 18% contam com a estrutura
Educação|Do R7, em Brasília, com informações da Agência Estado
Um levantamento feito pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) com base em dados do Censo Escolar de 2022 aponta que 52% dos estudantes matriculados na rede pública de ensino do Brasil não têm acesso a bibliotecas na escola. Segundo o estudo, apenas 31% das instituições públicas do país têm bibliotecas.
A proporção piora quando são consideradas somente as unidades da educação infantil — só 18% contam com a seção exclusiva para os livros.
As escolas federais saem na frente: 98% têm bibliotecas. Na rede estadual, o porcentual cai para 61%. E, por fim, apenas 23% das escolas municipais no Brasil contam com o espaço.
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Confira os dados por nível de ensino
• 78% dos alunos da educação infantil, o que corresponde a quase 5,2 milhões de crianças, não têm acesso a bibliotecas no ambiente escolar;
• 51% dos estudantes do ensino fundamental, o que representa mais de 11 milhões de alunos, não possuem bibliotecas à disposição na escola;
• No ensino médio, o porcentual cai para 31%, equivalente a 2 milhões de estudantes.
Estados
O levantamento mostra que Acre (13%), São Paulo (16%) e Maranhão (29%) são os Estados que registram menor porcentual de alunos matriculados em escolas com bibliotecas. Já Minas Gerais (82%), Rio Grande do Sul (76%) e Paraná (73%) concentram mais estudantes em instituições de ensino com livros à disposição.
O Congresso Nacional aprovou, em 2010, uma lei que determinou a universalização das bibliotecas na rede pública de ensino. O texto estabeleceu prazo de 10 anos para as escolas se adequarem ao texto.
Segundo o presidente da Atricon, Cezar Miola, o objetivo do levantamento é dar visibilidade aos números para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas que resolvem as lacunas do sistema escolar.
"Em contextos de grandes desigualdades, melhorias na infraestrutura escolar, tais como nos espaços de leitura, tendem a incidir de maneira mais significativa sobre os resultados escolares."