No Dia das Crianças, saiba a importância das brincadeiras para o aprendizado
Especialistas e professores explicam como as atividades estimulam os pequenos e podem ser inseridas no dia a dia escolar e familiar
Educação|Alex Gonçalves, do R7*
Desenvolver as habilidades dos pequenos por meio de brincadeiras é um grande estímulo para o ensino infantil. No Dia das Crianças, comemorado nesta quarta-feira (12), especialistas e professores explicam a importância dessas atividades e como elas podem ser inseridas no cotidiano escolar e familiar de um jeito divertido.
Mariana Manse, professora de música na Camino School, explica que a aprendizagem ocorre a partir da experiência, da vivência, das perguntas que as crianças vão trazer, das hipóteses que elas vão criar, das tentativas e erros e das pesquisas. “A aprendizagem tem que considerar o estudante como protagonista daquele processo e quando falamos em ensino-aprendizagem na educação infantil, por exemplo, a primeira coisa que a gente precisa ter em mente é que esse ensino precisa partir de uma vivência”, explica.
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Para Manse, o ensino lúdico é um método muito eficaz. “O mundo das crianças é o mundo do brincar. A linguagem delas é a linguagem da brincadeira, do faz-de-conta, da imaginação. Quando se traz o lúdico para desenvolver uma habilidade, adquirir um conhecimento ou para criar uma trilha investigativa, acessamos, com muito mais sentido e com muito mais verdade, o universo da Infância”, esclarece.
Uma das atividades citadas pela educadora é a criação de fantoches. “No início, tem a própria habilidade da criação do boneco: Como ele vai ser? Será que a gente vai pintar essa meia? Será que a gente vai recortar? Como esse fantoche vai aparecer? A partir disso, a criança passa a desenvolver habilidades sociais e de comunicação”, comenta a professora de música.
"Uma única brincadeira proporciona uma série de oportunidades de aprendizado na infância", avalia.
Nádia Moya, especialista em alfabetização e assessora pedagógica da Matific Brasil, destaca que o período do nascimento até os seis anos, conhecido como 'primeira infância' é mais eficaz quanto aos estímulos no processo de aprendizagem.
“Durante essa fase, o cérebro está em constante modificação, em resposta a experiências e estímulos, o que enriquece esse momento da formação. É nesse período, é muito mais fácil expor as crianças a diferentes tipos de estímulo e competências, aumentando a absorção de conhecimentos e, por consequência, o desenvolvimento de habilidades cognitivas diversas”, defende Nádia.
Dessa forma, direcionamento é a palavra-chave: “introduzir diferentes repertórios e persuadir o aluno, aumenta a curiosidade e gera engajamento no aprendizado, fazendo com que a própria criança aprenda a explorar seu próprio potencial”. Nesse contexto, a assessora pedagógica aconselha pais e educadores a investigarem essa “matéria-prima” inicial ao máximo, por meio do desenvolvimento de capacidades como memória, concentração, atenção, escuta e criatividade.
O médico, Fernando Gomes, neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de SP, fala sobre como as brincadeiras podem estimular os tipos de inteligência das crianças. Quando comparamos amarelinha, pega-pega, par ou ímpar, telefone sem fio, entre outras, com o mundo atual que é muito mais online, conseguimos avaliar o quanto o mundo atual das telas comprometer o desenvolvimento do cérebro”, comenta.
Para Gomes, algumas brincadeiras bem simples, fáceis de produzir e de brincar podem auxiliar na educação das crianças e cada uma delas estimula um tipo de inteligência específica e as habilidades mentais. São elas:
Stop, telefone sem fio ou trava-língua: a inteligência linguística e comunicação são estimuladas para potencializar matérias escolares como português e inglês.
O que, o que é? Pedra, papel e tesoura, par ou impar e jogo da velha: promovem a inteligência lógico matemática e melhoram as habilidades com fazer contas.
Esconde-esconde ou bola de gude: engloba inteligência espacial, que envolve noção de espaço. “Ajuda no conhecimento para andar de bicicleta e até dirigir no futuro, já que estruturas profundas do cérebro, como cerebelo e gânglios da base, são utilizadas nestas brincadeiras”, diz o médico.
Ter um pet: trabalha a empatia, desenvolve sentimentos e emoções além de aquecer as habilidades sociais.
Empinar pipa: a brincadeira envolve vários processos desde a psicomotricidade ao montar a pipa, compreender o mundo físico como o vento, que faz a pipa voar e assim, a inteligência física e interpessoal são estimuladas.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder