Pandemia faz matrículas recuarem 7,1% na rede particular do país
Com ensino fundamental praticamente universalizado, frequência escolar diminui de forma acentuada para alunos de 15 a 17 anos
Educação|Do R7
As matrículas de alunos na educação infantil em todo o Brasil tiveram queda de 7,1% na rede privada no ano passado ante 2019, apontou o Censo Escolar da Educação Básica 2020, divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
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A redução acentuada no ano da pandemia de covid-19 influenciou diretamente nos números gerais de matrículas na educação infantil pelo país, que após um aumento de 8,4% entre 2016 e 2019, apresentou baixa de 1,6% em 2020. Na rede pública, houve aumento de 0,5% nas matrículas.
Durante a coletiva de imprensa de apresentação dos dados do Censo, o diretor de estatísticas educacionais do Inep, Carlos Moreno, destacou que há um declínio na taxa de frequência escolar dos alunos a partir dos 15 anos.
Se dos 6 aos 4 anos de idade a frequência ultrapassa os 99% do total, nos anos do ensino médio ela tem quedas acentuadas, chegando a 78% para os alunos de 17 anos.
"Isso acende um alerta de que algum problema acontece na trajetória dos estudantes, sobretudo porque nas faixas etárias anteriores temos a universalização do acesso", disse Moreno.
Ao todo, entre estudantes que não frequentam a escola atualmente, o número chega a 1,5 milhão de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos.
Internet
Recurso de relevância para todas as escolas, a internet é menos presente para seis estados brasileiros: Acre, Amazonas, Maranhão, Roraima, Pará e Amapá possuem acesso à rede em menos de 60% de suas unidades de educação básica.
Com o maior número de escolas do ensino fundamental, a rede municipal é que possui a menor proporção de escolas com internet, com somente 52% das unidades.
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Professores
Entre os professores dos anos iniciais das escolas de ensino fundamental, 85,3% têm nível superior completo (81,8% em grau acadêmico de licenciatura e 3,5% de bacharelado) e 10% têm ensino médio normal/magistério. Do total, 4,7% possuem somente nível médio ou inferior.
Em 2020, houve melhor na qualificação dos professores desta etapa do ensino fundamental: os números de docentes com ensino superior completo aumentou de 79,7% em 2019 para 81,8%, e diminuiu na categoria ensino médio ou inferior (de 5,2% para 4,7%).