Parquinhos são usados como meio de inclusão nas escolas
Apesar custo, investimento em infraestutura promove a integração de todos os alunos e contribue para o desenvolvimento
Educação|Alex Gonçalves, do R7*
Escolas começam a usar os parquinhos como um meio de inclusão e a ideia é usar o momento de brincadeira para integrar todos os alunos. Os parquinhos inclusivos estão sendo adotados por instituições de ensino para auxiliar as crianças no processo de construção e desenvolvimento das habilidades.
Os especialistas em educação infantil inclusiva Fernando Toledo Cardoso e Rodrigo Ribeiro dos Santos atuam na rede pública de ensino e explicam que a inclusão ocorre "quando todas as crianças podem brincar e aprender juntas" e destacam que ainda falta um longo caminho a ser percorrido para que todos tenham a infraestrutura necessária, como os parquinhos, nas escolas.
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“Para ser inclusivo o parquinho poderá ser utilizado por crianças com e sem deficiência”, destaca Cardoso. “É diferente de parquinho adaptado, onde apenas alguns brinquedos facilitam o acesso, por meio de corrimãos ou rampas de acessibilidade.”
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"O parque inclusivo possui acessibilidade para entrada de cadeiras de rodas, assentos especiais para crianças que não sabem andar e haverá instruções em como cada equipamento poderá ser utilizado e para as crianças que possuem deficiência visual os parquinhos também podem conter sinalizações personalizadas", explica Cardoso.
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Rodrigo Ribeiro chama a atenção para o investimento para a aquisição dos parquinhos inclusivos, o que pode justificar o número reduzido nas instituições de ensino. “É preciso incentivo para a aquisição por ser um equipamento diferenciado, isso sem mencionar os espaços físicos das escolas, muitas com mais de 30 anos e com ambientes pequenos, o que inviabiliza a instalação do projeto", diz.
Na prática
O CIEI (Centro Integrado de Educação Infantil) Anjo Gabriel com apoio da prefeitura da cidade de Lucas do Rio Verde (MT), foi a primeira instituição de ensino regular a receber em 2019 os equipamentos de infraestrutura para a instalação do parquinho inclusivo. Com o início da pandemia em 2020 o espaço foi fechado e apenas neste mês de julho com o decreto municipal houve a liberação das atividades em grupo na escola para que os alunos pudessem utilizar o parquinho.
Carlise Pelissari Zacarias de Godoi é coordenadora pedagógica do CIEI Anjo Gabriel e fala das atividades realizadas no parquinho. “As crianças estão amando, existe muita interação e integração entre todos", avalia. "Nós vemos a alegria principalmente dos alunos especiais e isso é inclusão na prática: ver todas as crianças brincarem juntas.”
Para a coordenadora pedagógica, a coletividade faz parte do processo de aprendizagem dos alunos. “É um ato de acolher, de respeito e muita parceria entre eles. Todos querem estarem juntos brincando e participando das atividades”, explica Carlise. “Educação inclusiva não é apenas colocar o aluno em sala de aula. É muito além”, finaliza.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Thiago Calil e Karla Dunder