Pediatras assinam manifesto pela volta às aulas presenciais
Grupo independente de médicos partiu de evidências científicas e da experiência de países da Europa para elaborar o texto sobre retomada
Educação|Karla Dunder, do R7
Um grupo de pediatras elaborou um manifesto em defesa da volta às aulas presenciais em 2021. Com base nas experiências de outros países, principalmente dos europeus, e em evidências cientíticas, os médicos entendem que tomando todas as medidas sanitárias é possível que as crianças retomem as atividades escolares.
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"Esse é um movimento autônomo, sem ligação com qualquer instituição", explica a pediatra Adriana Suzuki. "Elaboramos um texto com base em evidências científicas para ajudar a sociedade a refletir sobre a retomada das atividades em 2021, qual o custo benefício em enviar as crianças para a escola."
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O manifesto não leva uma assinatura específica, mas destaca pontos de diversas pesquisas como:
- Crianças se infectam de 2 a 5 vezes menos que os adultos;
- São raras as complicações em crianças;
- Apesar do que se supunha no início da pandemia, as crianças não espalham o vírus.
- As escolas, seguindo as orientações e recomendações sanitárias não são locais de maior infecção.
"De acordo com as pesquisas, boa parte das crianças foram infectadas por adultos que estavam em restaurantes ou festas, por exemplo", avalia a pediatra.
No manifesto, os pediatras avaliam o custo benefício de mandar as crianças para a escola. "Além dos prejuízos acadêmicos, muitas crianças não têm acesso à internet, também tem a questão da concentração", explica.
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A dra. Adriana destaca que a escola tem um papel importante na sociabilização das crianças. "Brincar ao ar livre faz parte do desenvolvimento infantil, as crianças estão adoecendo ou não estão tendo seu desenvolvimento pleno neste momento."
A proposta do manifesto é abrir um espaço de reflexão sobre a real necessidade das crianças ficarem em casa. "Teremos de conviver com o coronavírus em 2021, não vamos retornar tão rápido para a rotina que tínhamos antes da pandemia e esse movimento traz uma base científica para refletirmos sobre a volta às aulas."