PUC-SP diz que combate a festas e drogas provocou invasão de reitoria
Instituição afirma que ocupação ocorrida na terça-feira (17) é "ilegal" e "criminosa"
Educação|Do R7
A direção da PUC-SP afirmou, em nota, que o estopim da invasão da reitoria, ocorrida na terça-feira (18), foi o combate a festas e ao consumo de drogas dentro do campus Monte Alegre.
A PUC-SP definiu como “ilegal” e “criminosa” a invasão.
Os estudantes dizem protestar contra o aumento do preço do restaurante, que foi de R$ 5,50 para R$ 10,70, as dificuldades com o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), o número reduzido de bolsas e o alto preço das mensalidades.
Confira a íntegra da nota da PUC-SP:
A PUC-SP entende como sendo ilegal, criminosa, por tratar-se de invasão de domicílio, e inapropriada a invasão à Reitoria, realizada na noite de 17 de março, no campus Monte Alegre, por um grupo de cerca de 100 manifestantes, alguns deles, encapuzados.
A PUC-SP está tomando todas as medidas necessárias para a imediata reintegração de posse das salas da Reitoria. E apura a responsabilidade de todos os envolvidos pela invasão e por danos causados a um patrimônio que, além de privado, é tombado pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.
Estopim para a invasão
A direção da Universidade credita como estopim desta invasão o duro e necessário trabalho que vem realizando para combater a realização de festas e consumo de substâncias ilícitas dentro do campus Monte Alegre.
Ciente dos transtornos causados à sua comunidade e também à vizinhança que, com razão, reclama da situação, a Reitoria vem tentando dialogar com vários grupos para resolver a questão, desde o segundo semestre de 2014, sem sucesso. A PUC-SP tem sido vítima do mau uso de suas dependências, já tendo sido, inclusive, multada três vezes em R$ 35 mil (cada multa) por excesso de barulho.
A Universidade, que tem responsabilidade pela integridade física de sua comunidade, deve garantir o bom andamento das atividades acadêmicas e administrativas e resguardar seu patrimônio histórico. Além disso, reiteramos, estes alunos não podem continuar causando incômodo aos vizinhos.
Importante: em fevereiro de 2015, tendo esgotado as tentativas de diálogo, a gestão superior publicou ato proibindo as festas e procurou ajuda do poder público para resolver a questão. Qualquer vizinho do campus Monte Alegre pode relatar os transtornos causados pelas festas.
Bolsa Alimentação
A PUC-SP concedeu, pela primeira vez em sua história, bolsas de alimentação 100% para os alunos ProUni dos campi Monte Alegre e Consolação. A Universidade oferece, ainda, subsídio alimentação (50% de desconto) a estudantes que demonstrem necessidade sócio econômica – são 700 vagas e ainda há 500 disponíveis. Para saber como participar, o estudante deve ler o edital e preencher ficha de cadastro no site da PUC-SP. Também das 700 bolsas-alimentação (100% de subsídio) oferecidas, 695 vagas foram preenchidas.
Transparência na gestão
A Instituição é auditada pelo Ministério Público e por consultorias internacionais, neste momento, pela Deloitte. As contas da Universidade são apresentadas regularmente nos órgãos colegiados competentes. O balanço anual é público, foi divulgado nos grandes jornais de circulação nacional e está disponível também no site da PUC-SP.
Audiência pública
Não procede a informação de que “a PUC-SP não esteve presente à audiência pública solicitada pelos estudantes”. O representante (controller/financeiro) da Fundasp esteve na audiência e, logo no início de seus esclarecimentos, teve a palavra cassada pelos estudantes.
Diálogo com a gestão
Todos os conselhos e órgãos colegiados estão em pleno funcionamento e contam com representantes de alunos, professores e funcionários.
Reajuste das mensalidades
O reajuste da PUC-SP foi de 10%, acompanhando a margem das instituições privadas de ensino (entre 10% e 12%). No entanto, a PUC-SP concede desconto de 3% para quem realiza o pagamento no início do mês, o que baixa o reajuste para 7%.
Demissões
Professores: A PUC-SP rescindiu, no final de 2014, o contrato de trabalho com 50 professores(as), cerca de 3% do seu total – sendo a metade desse contingente indicada pelos respectivos departamentos. Ao mesmo tempo, enquadrou na carreira docente um número de professores compatível com as possibilidades da Instituição. Cabe ressaltar que, recentemente, a Universidade e o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro) chegaram a um acordo quanto ao pagamento do dissídio de 2005, que não havia sido aplicado naquele ano, no percentual de 7,66%.
Funcionários: A PUC-SP informa que cerca de 40 funcionários deixaram a Instituição, no início de 2015, o que corresponde a 2,5% do quadro administrativo da Universidade (que conta com 1.400 funcionários). Dessas demissões, várias se referiram a acordos de desligamento – ou seja, foram solicitadas pelos próprios funcionários – e as demais foram indicadas pelas chefias. Enfatizamos que mudanças no quadro profissional são situações normais nas organizações e que as dispensas ora realizadas não se relacionam a um processo sistêmico de demissões.
Esclarecidos estes pontos, a PUC-SP reafirma o repúdio à invasão das salas da Reitoria, no campus Monte Alegre. Estamos apurando a responsabilidade dos envolvidos na invasão e tomando todas as medidas necessárias para a imediata reintegração de posse dos espaços ocupados.