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Saiba quais são os prós e os contras da escola de período integral

Especialistas defendem a prática para todos os estudantes da rede pública e dados mostram melhora no aprendizado

Educação|Karla Dunder, do R7

São Paulo amplia número de escolas de período integral em todo o estado
São Paulo amplia número de escolas de período integral em todo o estado São Paulo amplia número de escolas de período integral em todo o estado (Daniel Guimar�es/Daniel Guimar�es/Educa��oSP)

O governo do estado de São Paulo anunciou nesta semana que 1/3 das escolas da rede estadual serão de período integral. O R7 ouviu especialistas para entender qual o impacto da medida, que deve impactar a vida de mais de 387 mil estudantes do ensino fundamental e médio.

A Seduc (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) 1.855 escolas no total serão atendidas pelo PEI (Programa de Ensino Integral). De acordo com dados fornecidos pelo governo, as escolas de período integral cresceram 1,2 pontos no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2019, enquanto as regulares, 0,6.

"Nossa expectativa é de melhorar a aprendizagem, que haja um desenvolvimento integral dos alunos e que os índices o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) possam melhorar", destaca a coordenador do Centro de Mídias, Bruna Waitman. "Também esperamos fortalecer os vínculos dos estudantes com a escola reduzindo a evasão e abandono, principalmente neste período de pandemia, também ampliamos para ciclo de alfabetização para recuperar a aprendizagem."

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As PEI podem ser organizadas de duas maneiras: um turno único de 9 horas ou 9 horas e 30 minutos. Todos os alunos entram às 7h e saem às 16h ou 16h30. Ou com dois Turnos de 7 horas, sendo o primeiro das 7h às 14h e o segundo das 14h15 às 21h15. 

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E justamente nesse aspecto que entra a principal crítica ao modelo. "A Apeoesp é a favor da escola de ensino integral, mas acredita que não podemos excluir os estudantes que trabalham, aqueles que precisam compor renda para ajudar a família", diz Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo de São Paulo) e deputada estadual pelo PT.

"As escolas de ensino médio integral se tornaram ilhas de excelência, mas excluíram aqueles que mais precisam, os que trabalham, não podemos tirar a oportunidade de ninguém, o ideal seria oferecer uma bolsa para que esses alunos continuem na escola e no tempo certo", sugere.

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Cecília Gomes, coordenadora de políticas educacionais do Todos pela Educação, destaca que a inciativa é louvável. "Ainda estamos de um padrão de qualidade mínimo para qualquer escola, mas o período integral é importante porque vai além da carga horária, mas tem um projeto pedagógico consistente."

"Esse projeto de ensino integral nasceu em Pernambuco é uma experiência que deu certo", observa a coordenadora do Todos pela Educação. O estado do Nordeste instituiu o ensino médio em tempo integral como política pública em 2008, obteve melhoras significativas no Ideb — partiu do 22º lugar para o 1º lugar em 2015 entre redes estaduais do ensino médio.

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"Nosso maior desafio é garantir o direito a aprendizagem, conseguimos universalizar o ensino, mas ainda temos muito que caminhar para superar as desigualdades", conclui Cecília.

A gerente de projetos do Instituto Ayrton Senna e especialista na área de Formação de Educadores, Silvia Lima, considera "positiva" a ação do governo, mas "é fundamental que sejam oferecidas propostas educacionais, aulas e atividades diferenciadas e diversificadas, em seus diferentes tempos e espaços, que busquem olhar e atender as singulares e necessidades dos estudantes considerando não só os aspectos cognitivos, mas também os socioemocionais."

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