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Sem barreiras à comunicação, Alice escreve seu primeiro livro

Garota de 7 anos com paralisia cerebral solta sua imaginação com auxílio da mãe e com o incentivo da professora da escola

Educação|Do R7

Alice se comunica e escreve livro
Alice se comunica e escreve livro Alice se comunica e escreve livro

Alice é sinônimo de persistência desde que nasceu. A bebê prematura resistiu à incubadora e aos meses na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Não desistiu diante dos 'nãos' que diferentes escolas deram para a realização da sua matrícula e, mesmo com paralisia cerebral, ela abre caminhos e escreve seu primeiro livro A Imaginação de Alice

"Quando vi a deficiência dela, tinha muita ideias erradas, achava que a Alice não era uma criança de pré-escola, mas percebi que ela tem o direito de estudar, que era uma questão de encontrar os recursos e construir com ela os caminhos de aprendizagem", explica a mãe, Mariana Rosa.

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Nessa jornada, Mariana apresentou Alice ao universo das letras de maneira lúdica, contando histórias e apresentando as palavras. Nesta fase alfabetização, Alice está com 7 anos de idade, a mãe adotou a técnica do "lápis alternativo". 

Uma prancheta com as letras do alfabeto é apresentada à menina que com o movimento da cabeça escolhe as letras que quer para formar a palavra. Um método barato, que permite a Alice se expressar. "Agora o céu é o limite para ela, não apenas para comunicar aquilo que quer, como expressar suas preferências e seus sentimentos."

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Pesquisas no quarteirão, anotando o que tem por perto
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Foi por meio desse método que Mariana descobriu que beterraba é a hortaliça preferida e que lilás é a cor favorita de Alice.

A prancheta se assemelha ao processo dos computadores com software com sensor ocular, que auxilia a formação das palavras por meio da movimentação dos olhos. Programa parecido com o usado pelo físico Stephen Hawking, que aos 21 anos foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica e perdeu as funções motoras e a fala.

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O processo da prancheta exige paciência e tempo. "Eu faço a varredura auditiva, falo letra por letra, ela escolhe, acena e vamos formando as palavras, preciso respeitar o ritmo dela", explica Mariana. 

Presente de Dia das Mães de Alice para Mariana
Presente de Dia das Mães de Alice para Mariana Presente de Dia das Mães de Alice para Mariana

Já a proposta de escrever um livro partiu da professora. A escola aceitou o desafio da inclusão, mesmo sendo uma garantia legal, quatro instituições de ensino rejeitaram a matrícula de Alice para o ensino fundamental.

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"As aulas ainda são online e a professora tem encontros semanais, ela fez a proposta e sugeriu começar o livro com as imagens, mas Alice não quis, preferiu escrever um texto sobre sua imaginação", conta a mãe.

De cara Alice supreendeu, a primeira frase do livro foi "era uma vez uma cidade sem buracos". A pesquena escritora entendeu que o problema está nos buracos nas ruas nas cidades e não no fato dela usar uma cadeira de rodas. "Ela também é uma criança que não se conforma com as coisas como estão e sugere mudanças."

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