SP passa a adotar o novo ensino médio com o retorno às aulas
Novo modelo, que será adotado em todo o país e começa hoje na rede estadual paulista, busca potencializar aptidões
Educação|Do R7
O Novo Ensino Médio de São Paulo começa a ser implantado no estado nesta quarta-feira (2). Com o início do ano letivo na rede estadual, todas as 3,7 mil escolas dessa etapa vão ofertar novas possibilidades de conhecimento a 400 mil alunos matriculados na 2ª série.
O objetivo é valorizar e potencializar aptidões dos estudantes para o futuro profissional ou acadêmico nas áreas de maior interesse.
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A principal novidade é a oportunidade de os jovens dedicarem mais tempo de estudo a uma ou duas áreas do conhecimento, além das disciplinas que já fazem parte da FGB (Formação Geral Básica). No total, são dez possibilidades de aprofundamentos: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e seis opções integradas entre elas.
Na prática, todas as escolas vão oferecer pelo menos dois aprofundamentos integrados. Ou seja, os estudantes vão cursar mais aulas de componentes que dialogam com os interesses individuais.
Segundo Gustavo Mendonça, gestor do Ensino Médio de São Paulo, o novo currículo apresenta um novo jeito de estudar. “Um aluno que tenha escolhido a área do conhecimento de ciências da natureza, por exemplo, vai cursar esse aprofundamento curricular, seja no modo integral do aprofundamento, seja em uma opção integrada. Cada unidade curricular do aprofundamento dura um semestre. É possível mudar no semestre seguinte, caso o estudante assim deseje”, esclarece.
Conselho Nacional
Segundo o presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), Vitor de Angelo, a implementação dessa reforma no país vai começar pelo 1º ano do ensino médio, e a primeira mudança nas redes deverá ser a ampliação da carga horária para pelo menos cinco horas diárias.
A reforma também trará desafios, de acordo com Vitor de Angelo, que é secretário de Educação do Espírito Santo. Ele citou a possibilidade de aumento da desigualdade entre regiões, estados e redes de ensino e a necessidade da adequação de avaliações, como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
“A primeira coisa que deve chegar às escolas, com certeza, é a ampliação da carga horária, porque é uma exigência legal. O que não é exigência legal, mas está atrelado de alguma maneira a isso, é a implementação de um currículo novo”, diz Angelo. O Consed representa os secretários estaduais de Educação, responsáveis pela maior parte das matrículas do ensino médio do país. Segundo o último Censo Escolar, de 2021, as redes estaduais concentram cerca de 85% das matrículas.