Primeiro horário eleitoral em São Paulo tem história de vida e pedido de desculpas
Propaganda política começou nesta sexta-feira com bloco mais curto
São Paulo|Do R7
O primeiro programa eleitoral de televisão dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (23) foi marcado por apresentações, lembranças e pedidos de desculpas. Nestas eleições, o tempo de TV deles é mais curto.
Celso Russomanno (PRB) destacou que gestões passadas não resolveram problemas importantes da cidade, como o da saúde, e criticou, sem citar nomes, a gestão atual. Ele tem 1 minuto e 12 segundos de tempo.
— O pessoal que está aí na campanha passada prometeu 43 UBS e fizeram nove. São Paulo tem mais de 400 UBS que não funcionam. A nossa primeira ação de governo vai ser fazer funcionar o que São Paulo já tem.
Fernando Haddad (PT) usou os 2 minutos e 35 segundos de tempo para destacar obras da gestão dele nas áreas de mobilidade urbana, saúde e educação. Ao final, o prefeito admitiu que não divulgou muitos feitos durante o mandato.
— Fizemos muito por São Paulo, mas reconheço que divulgamos pouco nossas ações. Nesta crise, decidi cortar gastos em publicidade para garantir mais investimentos em áreas prioritárias.
Com apenas 10 segundos no horário eleitoral, Luiza Erundina (PSOL) usou o tempo para criticar o fato de não ter participado do primeiro debate entre os candidatos. Major Olímpio (SD) ficou com 21 segundos e se apresentou aos eleitores.
Já João Doria (PSDB) tem o maior tempo, 3 minutos e 6 segundos. A propaganda contou um pouco da história de vida dele, dando destaque a uma infância pobre, citando, por exemplo, uma ocasião em que teve a luz cortada. O candidato também lembrou que é pouco conhecido entre os eleitores.
— Muita gente vai me conhecer a partir de agora, nas ruas de São Paulo.
Segundo pesquisa Ibope, o também candidato a prefeito Levy Fidélix (PRTB) é mais conhecido do que Doria entre o eleitorado paulistano.
Em outro momento, a propaganda de Doria enfatizou a trajetória de sucesso dele, que começou a trabalhar aos 13 anos.
— Foi com trabalho que João saiu de estagiário de uma agência de propaganda para ser um dos cem empresários mais influentes do Brasil.
Marta Suplicy (PMDB), com 1 minuto e 57 segundos, olhou direto para a câmera durante toda a propaganda e, em tom de confidencialidade, contou um pouco da história de vida dela.
— Muitos de vocês me conhecem, outros ainda não. Eu sou filha de um industrial, mas eu sempre tive que batalhar para conseguir o que eu queria. Eu me casei, tive três filhos, depois eu me separei, casei de novo mais duas vezes. Na vida pública, dei um passo depois do outro, fui deputada, fui ministra, sou senadora e tive a honra de ser prefeita da cidade onde nasci. Eu não fiz tudo o que queria fazer, mas eu fiz muito do que era possível fazer.
A candidata ainda lembrou algumas das bandeiras dela quando foi prefeita de São Paulo. A criação dos CEUs e do Bilhete Único. E falou sobre erros do passado, sempre usando muito o pronome “eu”.
— Certeza de que aprendi com meus erros. Eu errei ao criar uma nova taxa quando era prefeita". Eu errei ao falar o que não devia quando eu era ministra. Certas vezes eu fui mais intolerante do que deveria. Mais importante do que aprender com os próprios erros, é ter humildade de pedir desculpas por eles. Eu sou a Marta. Eu erro, eu acerto, como qualquer pessoa. Mas quando eu erro, eu tenho sim coragem para mudar.