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Eleições 2016

Voto na legenda pode deixar partidos "nanicos" sem vereadores 

Mudanças na lei eleitoral adota "cláusula de barreira" e partidos podem ficar sem cadeiras

Eleições 2016|Caroline Apple, do R7

Quem pretende votar em siglas pequenas deve evitar voto na legenda na hora de escolher o candidato a vereador
Quem pretende votar em siglas pequenas deve evitar voto na legenda na hora de escolher o candidato a vereador

A mini reforma eleitoral que aconteceu no ano passado mirou nos puxadores de voto, como o deputado federal Tiririca, mas também acertou em cheio os partidos menores e idealistas, como PSOL e Rede. A "cláusula de barreira" imposta aos candidatos tornou o voto na legenda um possível "vilão" na candidatura de vereadores e deputados e também na quantidade de cadeiras a serem conquistadas pelos partidos e suas coligações.

A explicação começa pelo cálculo do quociente eleitoral, que é o número de votos válidos dividido pelo número de cadeiras em disputa (no caso das eleições para vereador são 55, no máximo, de acordo com a Constituição). O primeiro passo é o partido conseguir esse número "mínimo" de votos.

Agora, com a mini reforma, há um segundo cenário a ser analisado. Os candidatos também precisam de uma "nota de corte" para conseguirem se eleger, no caso, 10% desse quociente eleitoral. Por exemplo: se o quociente eleitoral for 200 mil, o candidato terá que atingir pelo menos 20 mil votos para ter a possibilidade de se eleger.

Liderada pelo deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB), a mudança ajuda a evitar o que ficou conhecido como "efeito Tiririca", mas os partidos menores, com poucos figurões ou capital político desenvolvido em seu rol de candidaturas, podem sofrer um revés e a vaga ser distribuída para partidos com mais votos.


E o receio é real entre alguns partidos. O PSOL, por exemplo, incorporou na campanha a mensagem da importância de votar no indivíduo e não na legenda.

Eder Brito, mestre em administração pública, explica que votar na legenda sempre foi uma forma "preguiçosa" de conquistar a representatividade e que essa alteração na lei implica em mais consciência na hora de votar em um partido e não em um candidato direto. 


— A representatividade tem nos deixado insatisfeitos com a política. Acompanhar o partido é mais complexo do que uma figura. É mais fácil para manter a referência quando você vota no indivíduo, além disso, o eleitor ajuda, matematicamente os partidos, principalmente os mais atingidos.

Brito também faz um alerta ao eleitores que tendem a votar de forma mais ideológica.

— Tem que ficar de olho para ver quem decidiu entrar no jogo e trazer puxadores de votos para o partido. Essas figuras, geralmente, enfraquecem a ideologia do partido e o conteúdo programático, que muitos deles nem sabem explicar.

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