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CEOs mulheres chegam ao Cannes Lions para discutir sobre negócios e equidade no mercado publicitário

ENVIADO ESPECIAL A CANNES - No momento em que o mercado publicitário brasileiro registra o maior número de mulheres na alta liderança...

Estadão Conteúdo|Do R7

ENVIADO ESPECIAL A CANNES - No momento em que o mercado publicitário brasileiro registra o maior número de mulheres na alta liderança dos principais negócios criativos do País, as executivas desembarcam na Riviera Francesa para o Festival Internacional de Criatividade de Cannes Lions com tarefas que vão de fechar negócios, guiar os clientes no evento e também garantir mais espaço para futuras líderes dentro do setor.

De acordo com a última atualização do ranking das maiores agências de publicidade do Brasil, realizado pelo Fórum da Autorregulação do Mercado Publicitário - o Cenp-Meios -, em termos de investimento em compra de mídia, das 20 primeiras colocadas na lista, hoje seis são chefiadas por mulheres, entre elas a BETC Havas (2º), com Carol Boccia, Glaucia Montanha na Artplan (3º), Renata Bokel na WMcCann (4º), Publicis Brasil (9º) com a chegada de Gabriela Borges, VML (10º) e (Wunderman Thompson (13º) liderada por Karina Ribeiro, após o movimento de fusão das duas marcas, e Lew’Lara\TBWA (17º) com Marica Esteves.

A diretora executiva do Cenp-Meios, Regina Augusto, lembra que as questões de igualdade de gênero e racial dentro do mercado publicitário brasileiro deixaram de ser apenas uma demanda social e se tornaram uma questão crucial para os negócios. “Além de demonstrarem competência e impacto no desenvolvimento de seus negócios, acredito que o ponto crucial é a influência que essas líderes exercem sobre seus pares e sobre a nova geração de publicitários. Inspirar e apoiar outras mulheres a alcançarem posições de liderança cria um movimento irreversível”, afirma a diretora.

Apesar dos recentes avanços, os números de executivas no comando ainda estão longe de alcançar a equidade de gênero no setor, como mostra um levantamento da entidade de mapeou, em 2023, que apenas 15% das agências eram chefiadas por CEOs mulheres. “Em Cannes, é fundamental que essas executivas ocupem espaços de destaque, liderem discussões e tenham visibilidade. A máxima da publicidade ‘quem é visto, é lembrado’ deve ser aplicada. Nós precisamos de mais mulheres da indústria nas ruas, no Palácio dos Festivais, mas, principalmente, liderando os debates no palco principal e nos diversos júris do evento”, enfatiza Regina.



De acordo com a executiva, além da agenda clássica de negócios, que envolve encontros com os membros da comunidade criativa, festas e reuniões com representantes globais das empresas, neste ano, a expectativa é conseguir alavancar a pauta feminina entre um compromisso e outro. “Durante o Festival, particularmente, eu espero poder acompanhar palestras de mulheres como a Queen Latifah que vão abordar assuntos que perpassam a pauta da inclusão e da aceitação do corpo feminino”, adianta a CEO do Grupo Publicis no País.

A mais recente das executivas a ser catapultada ao posto mais alto das agências, é a presidente da Publicis Brasil, Gabriela Borges, que assumiu o posto antes ocupado por Eduardo Lorenzi. A executiva lembra que o momento de mais diversidade dentro da alta liderança dos negócios é ainda mais significativo no País, porque além de abrir as portas para mais mulheres nos negócios, esses movimentos recentes reconhecem o trabalho das profissionais que estavam há anos no setor, a exemplo de Carol Boccia na Betc Havas, Karina Ribeiro no grupo WPP e Renata Bokel na WMcCann. “Neste ano, Cannes coroa um momento muito especial do mercado publicitário brasileiro, que está vivenciando a ascensão de diversas lideranças femininas”, diz Gabriela.



Abrindo portas

Entre um painel e outro, nas reuniões de negócios com representantes internacionais das grandes corporações, a preocupação de todas as novas CEOs que chegam ao Cannes Lions é trazer mais mulheres e mais diversidade para as mesas.

Na sua primeira vez no festival representando a cadeira mais alta da CMcCann, Renata Bokel, comenta sobre a importância de usar a sua visibilidade dentro da agência para garantir a continuidade da pauta de equidade de gênero e outras pautas sociais. “A liderança feminina é capaz de conjugar três coisas importantes: um olhar atento para o negócio dos nossos clientes, a gestão de pessoas mais sensível, colaborativa e respeitosa, além de promover a diversidade e inclusão”, garante a CEO.

Para acompanhá-la no evento este ano, a executiva da WMcCann convidou a publicitária e supervisora de estratégia da agência, Thamires Oliveira, que participará pela primeira vez do evento. “Desde que fui jurada em 2019, havia essa preocupação de equilibrar a presença feminina tanto no júri, como nos painéis. Hoje, essa preocupação extrapola inclusive para a pauta racial, para que Cannes realmente reflita o nosso mercado e dos nossos consumidores”, afirma.

Isabel Garcia/ Divulgação WMcCann

Assim como a Renata Bokel, a responsável pela fusão das agências VMLY&R e Wunderman Thompson, atual VML, Karina Ribeiro vê nesta edição do festival uma oportunidade para além das atuais executivas, mas de construir espaço para aquelas que virão. A presidente destaca a participação da publicitária Kenia Mattos, integrante do coletivo Publicitário Negros, que representa o Brasil na competição do Young Lions, divisão do festival que premia os jovens criativos com maior potencial em suas carreiras. “É sempre muito positivo ser parte de avanços como este, que trazem mais diversidade de olhares para a indústria. Ainda que tardio, é algo a se celebrar”, enfatiza Karina que continua. “Abrir esse espaço de imersão e networking para quem está chegando no mercado é também um passo bem significativo.”

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