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Acordo internacional destina US$ 340 mi para substituir materiais poluentes na moda e construção

Setores estão entre as áreas que mais poluem o planeta; mais de 2 milhões de pessoas devem ser beneficiadas

Internacional|Do R7, com informações da ONU

Setor da moda é um dos mais poluentes no planeta Paulo Pinto/Agência Brasil/Arquivo

Oito países participantes do Programa Integrado para a Eliminação de Substâncias Químicas Perigosas das Cadeias de Suprimentos assinaram, neste mês, um acordo para substituir materiais não renováveis, promover produção eficiente e incentivar comportamentos de compra responsáveis nos setores da moda e da construção.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), esses setores estão entre os três que mais contribuem para a poluição, emissões de gases de efeito estufa, degradação da terra, poluição da água e perda de biodiversidade. A iniciativa acontecerá ao longo de seis anos, com um investimento de US$ 45 milhões, financiados pelo GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente, em tradução do inglês), além de um adicional de 295 milhões de dólares de outras fontes para maximizar o impacto.

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O acordo reúne os governos da Camboja, Costa Rica, Equador, Índia, Mongólia, Paquistão, Peru e Trinidad e Tobago, e visa impulsionar a transformação e eliminar o impacto ambiental nesses setores.

Os esforços terão como objetivo evitar a liberação de 6 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e 18.750 toneladas de produtos químicos perigosos nos ecossistemas. As liberações de poluentes orgânicos persistentes no ar serão minimizadas, protegendo a qualidade do ar, enquanto 825 mil hectares de terras e ecossistemas serão restaurados, revitalizando habitats naturais. Até 2031, espera-se que esses esforços beneficiem 2 milhões de pessoas ao redor do mundo.


Poluentes

O setor da construção civil é o maior mercado final para produtos químicos, e a produção de 1 kg de têxteis requer, em média, 0,58 kg de vários produtos químicos. “Ambos os setores conectam produtores, varejistas e consumidores de todo o mundo e são caracterizados por cadeias de suprimentos globais complexas e fragmentadas, com impactos significativos a nível mundial”, afirmou a organização.

O presidente do GEF, Carlos Manuel Rodriguez, classificou a iniciativa como “revolucionária”. “Temos orgulho de apoiar uma liderança ousada nas indústrias da moda e da construção em busca de cadeias de suprimento com menos produtos químicos perigosos e pegadas de carbono mais baixas. As necessidades aqui refletem como os desafios ambientais do mundo estão conectados e como a abordagem integrada do GEF para lidar com a poluição, as mudanças climáticas e a perda da natureza pode ser transformadora, com resultados rápidos e tangíveis na escala necessária”, completou.


Exemplos

O vice-ministro de Energia da Costa Rica, Ronny Rodríguez Chaves, afirmou que um dos projetos que deve receber investimentos é o uso de cimento com baixo teor de carbono e a construção com materiais inovadores à base de biocomponentes, como micélio e madeira. “[Esses projetos] são oportunidades que estão prontas para serem adotadas em larga escala, se o ambiente propício estiver presente. Como uma nação comprometida com a sustentabilidade, temos orgulho de liderar os esforços para transformar o setor de construção. Ao se concentrar no acesso a financiamento e incentivos, esse programa ajudará a Costa Rica a se tornar um líder global em construção sustentável”, afirmou.

Além disso, a iniciativa visa transformar cada etapa das duas cadeias de suprimento, por exemplo, redesenhando a moda de carnaval em Trinidad e Tobago, estabelecendo fornos de tijolos artesanais no Equador, fazendo testes-piloto de certificação de construção verde e esquemas de rotulagem ecológica de moda no Camboja, ou transformando resíduos de pseudocaule de banana em fibras economicamente viáveis e socialmente benéficas no Paquistão.

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