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Agressivo, Kim Jong-un ameaça Coreia do Sul e Japão com disparo de míssil de longo alcance

Países vizinhos se reúnem nesta quinta-feira (16) para, entre outras coisas, discutir comportamento do líder norte-coreano

Internacional|Do R7

Na Coreia do Norte, homem em frente à TV que mostra o lançamento de mais um míssil
Na Coreia do Norte, homem em frente à TV que mostra o lançamento de mais um míssil

A Coreia do Norte disparou um míssil balístico intercontinental (ICBM) nesta quinta-feira (16), informou Seul, no terceiro lançamento registrado esta semana, que coincide com uma reunião entre o presidente da Coreia do Sul e o primeiro-ministro do Japão em Tóquio para fortalecer vínculos e enfrentar a crescente agressividade de Pyongyang.

"Nossas Forças Armadas detectaram um míssil balístico de longo alcance disparado do entorno da zona de Sunan em Pyongyang", afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, que detalhou à AFP que se trata de um ICBM.

O míssil foi disparado com uma trajetória ascendente, o que evita o sobrevoo dos países vizinhos, e percorreu quase 1.000 quilômetros, acrescentou o Estado-Maior Conjunto. O governo japonês informou que o míssil atingiu altura máxima de 6.000 quilômetros.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, informou que se reuniria com os ministros do Conselho de Segurança Nacional. "A paz e a estabilidade na região são um tema muito importante", disse Kishida.


Esta é a terceira demonstração de força da Coreia do Norte desde domingo e coincide com os maiores exercícios militares conjuntos em cinco anos entre Coreia do Sul e Estados Unidos.

O novo lançamento aconteceu horas antes de os líderes da Coreia do Sul e do Japão se encontrarem em Tóquio para discutir, entre outros tópicos, os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang.


O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, desembarcou na capital japonesa nesta quinta-feira com o objetivo de iniciar um "novo capítulo" entre dois países aliados dos Estados Unidos na região.

O encontro de cúpula, o primeiro entre os países em 12 anos, acontece no momento em que os países vizinhos tentam avançar em suas relações diplomáticas, tensas devido às atrocidades japonesas durante os 35 anos de período colonial.


Coreia do Sul e Japão aumentaram os orçamentos de defesa e os exercícios militares conjuntos, que Yoon considera essenciais para a estabilidade regional e mundial.

"Há uma necessidade crescente de que Coreia e Japão cooperem neste período de crise, com a escalada de ameaças nuclear e de mísseis da Coreia do Norte", afirmou Yoon em uma entrevista para vários meios de comunicação, incluindo a AFP.

Foto divulgada pelo governo norte-coreano mostrando disparo de míssil no dia 14 de março
Foto divulgada pelo governo norte-coreano mostrando disparo de míssil no dia 14 de março

"Não podemos perder tempo deixando de lado as tensas relações entre a Coreia e o Japão. Acredito que devemos encerrar o ciclo vicioso de hostilidade mútua e trabalhar juntos para servir aos interesses comuns de nossos dois países", acrescentou.

Analistas destacaram que a Coreia do Norte programou o lançamento para o dia da reunião Japão-Coreia do Sul para obter o efeito dobrado de advertência aos vizinhos, ao mesmo tempo que protesta contra as manobras de Seul e Washington.

O ditador norte-coreano Kim Jong Un ordenou este mês a intensificação das manobras para a preparação de uma "guerra real".

Estados Unidos e a Coreia do Sul estão intensificando sua cooperação em defesa diante das crescentes ameaças militares e nucleares do Norte, que realizou uma série de testes de armas proibidas nos últimos meses.

Na terça-feira, Pyongyang disparou dois mísseis balísticos de curto alcance em seu primeiro lançamento desde o início dos exercícios, os maiores em cinco anos, de acordo com o exército sul-coreano.

As manobras, denominadas Escudo da Liberdade, começaram na segunda-feira e devem durar 10 dias.

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