Arma robótica com IA acionou à distância bomba que matou líder do grupo terrorista Hamas no Irã
Precisão e sofisticação do ataque, similar ao usado para matar chefe do programa nuclear iraniano, surpreenderam as autoridades locais
Internacional|Do R7
A bomba que matou o líder político do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, foi ativada, à distância, por uma arma robótica controlada por inteligência artificial. A estratégia se assemelha à tática usada por Israel para eliminar, em 2020, o principal cientista nuclear e então chefe do programa de bombas atômicas do Irã, Mohsen Fakhrizadeh.
A informação é de dois oficiais da Guarda Revolucionária do Irã em entrevista, sob condição de anonimato, ao jornal americano The New York Times na última quinta-feira (1º). A precisão e a sofisticação do ataque que matou o rico e influente líder do Hamas surpreenderam as autoridades iranianas.
Ontem, membros da polícia islâmica do Irã informaram que o ataque ocorreu no quarto em que Haniyeh iria dormir — um guarda-costas dele também morreu com o impacto da explosão. Uma investigação inicial mostrou que os explosivos foram escondidos na mansão, de uma área nobre da capital iraniana, Teerã, com ao menos dois meses de antecedência.
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Terroristas que ameaçam Israel a partir de outros países normalmente são alvo da Mossad, o serviço de inteligência para assuntos internacionais. Em janeiro deste ano, o chefe da Mossad, David Barnea, disse que a corporação estava “obrigada” a caçar os líderes dos terroristas do Hamas, grupo por trás dos atentados de outubro de 2023.
“Vai levar tempo, assim como aconteceu com o massacre de Munique, mas nossas mãos vão capturá-los onde quer que estejam”, disse Barnea em referência à morte de atletas israelenses nas Olimpíadas de 1972.
Quem era Ismail Haniyeh
Haniyeh era um dos principais negociadores por um cessar-fogo em Gaza. O assassinato poderá escalar o conflito no Oriente Médio, já que Israel trava uma incursão no enclave para acabar com os terroristas do Hamas.
O Irã acusou Israel pela explosão que matou o terrorista do Hamas, mas, até agora, o estado judeu não confirmou a autoria publicamente.
Nos bastidores, cinco autoridades que atuam no Oriente Médio ouvidos pelo jornal americano disseram que os Estados Unidos e outras potências ocidentais foram avisados sobre os detalhes da operação logo após a morte do terrorista.