Arqueólogos descobriram uma série de sepulturas antigas na cidade de Dijon, no leste da França. Entre as descobertas estão 13 ossadas datadas da cultura de La Tene da Idade de Ferro (de 450 a.C. até a conquista romana). Os arqueólogos identificaram sepultamentos circulares, com cerca de 90 cm de diâmetro, alinhados em linha reta de sul a norte. Dentro das estruturas, encontraram os restos mortais de adultos enterrados de maneira idêntica: sentados no fundo dos fossos, com as costas apoiadas contra as paredes e voltados para o oeste. Os braços repousavam ao lado do tronco, com as mãos próximas à pélvis ou aos fêmures, enquanto as pernas estavam dobradas.Nenhum objeto foi encontrado junto aos restos mortais, exceto um bracelete de pedra preta, datada entre 300 e 200 a.C.Os achados vieram à tona durante escavações realizadas entre outubro e dezembro de 2024. O Instituto Nacional Francês de Pesquisa Arqueológica Preventiva (INRAP) anunciou que os vestígios encontrados abrangem períodos que vão da Antiguidade até a era moderna.Segundo o INRAP, os achados são notáveis tanto pelo número de esqueletos quanto pelo excelente estado de preservação. Embora haja registros de indivíduos enterrados sentados ao longo da história, tais descobertas são raras. No período ao qual esses sepultamentos pertencem, existem apenas cerca de 50 ossadas conhecidas, espalhados por uma dúzia de sítios arqueológicos no norte da França e na Suíça. A uniformidade das posições dos corpos lembra representações esculpidas em pedra ou metal de figuras agachadas ou sentadas, datadas do final da cultura de La Tène até o início do Império Romano. Esse padrão levanta questões sobre o status dos indivíduos sepultados. Eles poderiam ter sido membros de famílias influentes, guerreiros, ancestrais venerados ou figuras ligadas às esferas política e religiosa.O período da cultura de La Tène foi marcado por significativos avanços culturais e tecnológicos entre as tribos celtas na França. A cultura da época se destacou por sua arte elaborada em metal, armas e cerâmica, além de melhorias na agricultura e no desenvolvimento de muralhas fortificadas. Foi também um período de ascensão de poderosas tribos, que eventualmente entraram em confronto com o Império Romano em expansão.