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Áustria: 56% ignoram número de judeus mortos no Holocausto

Pesquisa na Áustria mostra que mais da metade da população ignora que 6 milhões de judeus foram mortos pelo nazismo e o papel do país na 2ª Guerra

Internacional|da EFE


Mais da metade dos austríacos não sabe que seis milhões de judeus foram assassinados durante o Holocausto e até 68% pensam que a Áustria foi tanto vítima como executora desse genocídio, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (2) pela Claims Conference, uma organização criada em 1952 para reivindicar justiça e indenizações para as vítimas do nazismo, que revela um preocupante desconhecimento da história nacional.

No total, 56% dos austríacos ignoram o número exato de vítimas do Holocausto, um desconhecimento que na categoria de idade entre 19 e 38 anos aumenta para 58%, segundo a pesquisa realizada em fevereiro em Viena.

"De novo vemos uma preocupante tendência apontando para uma falta de conhecimento sobre o Holocausto", denunciou o presidente da Claims Conference, Julius Berman, em comunicado.

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Segundo o estudo, 30% dos chamados "millennials" (pessoas nascidas nos anos 80 e 90) e a "geração Z" (entre 94 e 2010), acreditam que dois milhões de judeus foram exterminados, enquanto 17% opinaram que foram apenas 100 mil as vítimas mortais.

De fato, 13% desses dois grupos demográficos consideram que há um exagero no número de vítimas do nazismo.


Por outro lado, apenas 58% dos mil indagados conhecem a existência do Mauthausen, o principal campo de extermínio nazista que funcionou em território austríaco, localizado a cerca de 160 quilômetros de Viena, e cuja libertação em maio de 1945 é lembrada neste fim de semana.


Com relação à responsabilidade da Áustria, que em 1938 foi anexada pelo Terceiro Reich com o generalizado entusiasmo da população, 68% acreditam que o país foi tanto vítima como autor do Holocausto.


Com relação à política atual, 45% dos austríacos acham que o Holocausto poderia acontecer de novo, embora só um terço opinam que isso é possível na Áustria.

Ao mesmo tempo, mais de 40% dos indagados têm uma atitude favorável ao FPÖ, o partido ultranacionalista que governa na Áustria em coalizão com o Partido Popular ÖVP.

O FPÖ, fundado após a guerra por antigos nazistas, esteve envolvido nos últimos meses em vários escândalos xenófobos.

No último, o líder do partido e atual vice-chanceler, Heinz-Christian Strache, está há dias sendo alvo de críticas por dizer que a imigração pôs a Áustria em risco de uma "substituição de população", uma teoria racista usada por supremacistas e baseada em uma suposta conspiração para substituir os europeus.

Ainda assim, 76% dos participantes acreditam que todos os estudantes deveriam aprender sobre o Holocausto na escola, algo que a Claims Conference considera "encorajador".

"Sem educação corremos o risco de que a história do Holocausto fique distorcida, se não negada, e que sejam esquecidos aqueles que foram assassinados", disse Berman.

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