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Brooklyn, novo cenário da escalada dos preços dos imóveis em Nova York

Internacional|Do R7

Rafael Cañas. Nova York, 14 ago (EFE).- O preço da moradia continua disparando em Nova York, um dos lugares mais caros do mundo, mas as altas são protagonizadas sobretudo pelo Brooklyn, um bairro cada vez mais da moda entre jovens e criadores. Segundo um estudo divulgado recentemente pela imobiliária Douglas Elliman, o aluguel médio de um apartamento no Brooklyn chegou em julho a US$ 3.035, 8,2% mais que no mesmo mês do ano passado. Esta alta faz com que o Brooklyn continue se aproximadamente de Manhattan, o bairro mais caro da Big Apple e onde o aluguel médio é de US$ 3.822 por mês. A melhora da economia, mas também o fluxo permanente gerado na cidade pelo setor financeiro, as grandes corporações e o corpo diplomático (ONU e consulados) se conjuga com a limitação do espaço pressionando os preços para cima. O aumento de preços anualizado de Manhattan foi de apenas 1,7% até julho, mas com apenas 1,28% de imóveis vazios na ilha os donos de apartamentos sabem que se um potencial inquilino rejeitar o preço depois virá outro que vai aceitá-lo. "Não há apartamentos para mostrar. Tudo está alugado", lamentou à Agência Efe Jinjin Jiang, uma agente imobiliária do Grupo Hecht, acrescentando que tem "muitos clientes que não encontram nada". O aumento no Brooklyn é ainda maior nas áreas mais procuradas, como Greenpoint, Williamsburg, Cobble Hill e Brooklyn Heights, depois que Park Slope e Carroll Gardens - dois pontos muito na moda há alguns anos - há tempo deixaram de ser acessíveis para o cidadão médio. Jiang assinalou especialmente a Dumbo, uma área muito na moda do Brooklyn onde alguma zonas próximas ao rio já são mais caras que Manhattan, e onde um estúdio pode ser alugado por cerca de US$ 3.000. Os apartamentos do Brooklyn considerados de luxo, que são os que estão entre os 10% mais caros, têm um aluguel médio de US$ 6.007, 8,8% superiores a há um ano, segundo o estudo de Douglas Elliman. As pessoas fogem da ilha de Manhattan por causa dos preços impossíveis do mercado livre, mas também não se deve descartar o "fator moda", já que este bairro está se transformando nos últimos anos na área mais dinâmica da cidade. É que algumas partes do Brooklyn (em geral as mais próximas a Manhattan e as que têm mais prédios antigos, em ruas estreitas e tranquilas) estão vivendo uma autêntica eclosão nos últimos anos. Primeiro foram Park Slope e Carroll Gardens, áreas alçadas à fama pela aura de escritores e artistas, de modo que ambos os bairros vizinhos já são tão caros ou mais que amplas áreas de Manhattan. Por exemplo, os aluguéis em Park Slope subiram 32% entre abril de 2011 e o mesmo mês de 2012. Depois, toda uma onda de jovens dedicados às indústrias criativas e tecnológicas (artistas, projeto gráfico, internet...) foram se movimentando de forma progressiva para outras zonas do Brooklyn, como Greenpoint, amparados na instalação de novas empresas de inovação ("start-ups") de pequeno tamanho em regiões como os antigos estaleiros da Marinha. Por um lado, amplas áreas empobrecidas estão se recuperando, mas por outro a decolagem dos preços obrigou muita gente de menores recursos a se deslocar, em um novo episódio do fenômeno chamado em inglês "gentrification" (aburguesamento). "Os preços me forçaram a ir embora", lamentou à Efe Laura, uma antiga habitante da zona administrativa do Brooklyn, por sua vez explicando que não sobe apenas o custo da moradia e dos locais comerciais, mas as lojas também se veem obrigadas a aumentar seus preços, o que força muita gente a se afastar na busca de áreas mais baratas. EFE rcf/ma

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