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Católicos dos EUA e Itália querem excluir cardeal de conclave

Internacional|Do R7

Por Robin Pomeroy

ROMA, 19 Fev (Reuters) - Católicos dos EUA e da Itália pediram que o cardeal norte-americano Roger Mahony seja excluído do próximo conclave, por causa da acusação de ter acobertado casos de pedofilia envolvendo padres.

A revista católica italiana Famiglia Cristiana perguntou aos seus leitores se Mahony, que foi arcebispo de Los Angeles até 2011, deveria participar do processo de sucessão do papa Bento 16, em março. O "não" venceu por ampla margem.

O influente semanário fez a consulta depois de a entidade Católicos Unidos, dos EUA, iniciar um abaixo-assinado contra Mahony. Até terça-feira, mais de 5.000 pessoas já haviam aderido -número pequeno dentro de um universo de mais de 70 milhões de católicos no país.


"Por favor, não traga mais escândalos para a nossa Igreja, que já foi abalada pela crise dos abusos sexuais, participando do conclave pontifício", disse o abaixo-assinado, dirigindo-se a Mahony. "O sr. já foi sancionado e perdeu sua capacidade de ter uma voz dentro da nossa Igreja."

Desde que assumiu a arquidiocese, em 1985, Mahony se empenhou em retirar da Califórnia padres responsáveis por abusos, a fim de protegê-los de ações policiais, segundo documentos eclesiásticos divulgados no mês passado por ordem judicial.


Seu sucessor, arcebispo José Gómez, o privou de todas as funções públicas e administrativas, mas mesmo assim Mahony anunciou ter a intenção de viajar a Roma para participar da eleição do novo papa, por causa da renúncia de Bento 16.

O atual pontificado, iniciado há oito anos, será lembrado por muitos por causa do escândalo sexual envolvendo o clero na Europa e nos EUA, casos ocorridos principalmente na década de 1980, mas que só vieram à tona mais recentemente.


Críticos dizem que o papa, ocupando seu cargo anterior de chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, foi o responsável supremo pelo acobertamento dos padres abusadores ao longo das décadas, para proteger a reputação da Igreja.

O Vaticano nega isso, dizendo que o então cardeal Joseph Ratzinger adotou procedimentos para proteger crianças e adolescentes de abusos no futuro, e para impedir que potenciais pedófilos entrem para o clero.

Na enquete da Famiglia Cristiana, muitos leitores disseram que a presença de Mahony seria nociva para a Igreja, mas uma pequena parcela discordou. "Como podemos duvidar da ação do Espírito Santo dentro do conclave?", questionou a leitora que se identificou como Francescana Secolare.

"Graças a Deus o Senhor não usou pesquisas de opinião para escolher e confirmar os apóstolos", ironizou o usuário marcocspt, que preferiu não responder à pesquisa. (Reportagem adicional de Ian Simpson em Washington)

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