Carlos Alvarado Quesada, de centro-esquerda, derrotou um cantor conservador protestante na eleição presidencial da Costa Rica no domingo (1), prometendo permitir o casamento gay e proteger a reputação de tolerância do país. Ex-ministro e escritor de ficção, Quesada, 38 anos, teve 61% dos votos com resultados em 95% das seções eleitorais, uma vantagem muito maior do que o previsto pelas pesquisas de opinião que previam uma corrida acirrada. Sua candidata a vice-presidente, Epsy Campbell, será a primeira afro-costa-riquenha a ocupar esse cargo. "Não só a primeria vice-presidente mulher da Costa Rica, mas sim de toda a América Latina. Vai ser uma responsabilidade não apenas para representar os afro-descentendes deste país, mas também homens e mulheres do país. Um país que nos oferece as mesmas oportunidades", disse Campbell. Seu rival, Alvarado Muñoz, ex-jornalista de TV de 43 anos conhecido por canções religiosas, rapidamente reconheceu o resultado, de joelhos, braços levantados, na frente de torcedores, alguns deles chorando. "Não vencemos a eleição", disse ele, acrescentando que felicitou seu oponente por telefone e, em outro sinal da política cordial da Costa Rica, prometeu ajudá-lo a resolver os problemas do país.Eleição expôs divisões da Costa Rica A eleição havia exposto divisões no destino turístico da América Central, conhecido por sua descontraída cultura de praia e florestas imaculadas, mas onde algumas comunidades rurais permanecem socialmente conservadoras. Também pode refletir o clima em outros lugares da América Latina, onde eleições estão sendo realizadas este ano em vários países que apóiam uniões de pessoas do mesmo sexo, provocando uma reação conservadora. Alvarado Quesada, até recentemente ministro do governo cessante, será o presidente mais jovem da história moderna da Costa Rica quando assumir o cargo em maio. Também conhecido por sua banda de estudantes de rock progressivo, ele usou a campanha para apelar à tendência centrista de seu país. O adversário Alvarado Muñoz prometeu restaurar o que ele chamou de valores tradicionais, impedindo o casamento gay e restringindo o acesso das mulheres ao aborto. Os dois homens assumiram posições opostas em uma decisão de janeiro da Corte Interamericana de Direitos Humanos, um influente órgão regional baseado em San Jose. Fabricio, como os defensores se referem a Alvarado Muñoz, chamou a decisão de uma afronta à soberania. Ameaçando remover o país da jurisdição do tribunal, ele atirou das margens para vencer a primeira rodada de votação em fevereiro. Quesada, em contraste, apoiou a decisão do tribunal. No debate final da campanha, ele chamou os comentários de seu oponente de homofóbico.