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Com variante Delta, Austrália vive 'momento crítico' da pandemia

Desde que foi detectada, em meados deste mês, cepa já infectou 130 pessoas em Sydney e vem se espalhando para o resto do país

Internacional|Da EFE


Sydney voltou a adotar restrições em tentativa de conter a nova onda de covid-19
Sydney voltou a adotar restrições em tentativa de conter a nova onda de covid-19

A Austrália enfrenta um "momento crítico" da pandemia da covid-19 devido a uma "nova fase" ligada à variante Delta, que já provocou um confinamento em sua cidade mais populosa, Sydney, e que se estende a outras regiões do país.

Desde a eclosão da segunda onda na Austrália em meados de 2020, causada por falhas nos protocolos de segurança dos centros de quarentena de Melbourne, o país oceânico, reconhecido por várias organizações por sua boa gestão da pandemia, não enfrentava uma situação de tal gravidade.

"Este é um momento crítico", disse o ministro do Tesouro, Josh Frydenberg, em entrevista à emissora pública "ABC" antes da reunião de emergência do comitê de resposta à covid-19, após a detecção de 60 infecções comunitárias em todo o país entre domingo (27) e esta segunda-feira (28).

Para Frydenberg, o surto detectado em meados deste mês em Sydney, confinada junto com as localidades de seus arredores até 9 de julho, representa "uma nova fase da pandemia", causada pela variante "mais contagiosa e perigosa" do coronavírus.

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De Sydney ao resto do país

Desde que foi detectada, em meados deste mês em um motorista que transportava os tripulantes de um vôo internacional, a variante Delta acumula neste novo surto 130 infecções na cidade, e afeta também o restante do estado de Nova Gales do Sul assim como os de Queensland, Austrália Ocidental e o Território do Norte.

A chefe do governo de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, alertou jornalistas em Sydney nesta segunda-feira após relatar as 18 novas infecções locais, 15 delas ligadas ao motorista, e ressaltou que a população deve estar preparada "para que os números aumentem consideravelmente".

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O vírus também atingiu a cidade de Perth, onde dois casos positivos ligados ao surto de Sydney foram detectados desde domingo, forçando o governo da Austrália Ocidental a impor um bloqueio na região de Pell e Peel nesta segunda-feira.

A detecção de casos com a variante delta em uma mina do Território do Norte também fez com que essa jurisdição, que acumula sete infecções, estendesse o confinamento de Darwin e arredores até a próxima sexta-feira, três dias a mais do que o anunciado na véspera.

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O estado de Queensland também relatou um caso com a variante Delta em um trabalhador de mineração que viajou ao longo da turística Sunshine Coast, forçando as autoridades a apertar as medidas contra a covid-19 e considerar a possibilidade de um novo confinamento.

Uma fera diferente

A reviravolta em uma situação que até agora parecia controlada se deve à irrupção da variante Delta, que, segundo o vice-presidente da Associação Médica Australiana, Chris Moy, "derrotou os rastreadores de contato de Nova Gales do Sul e a confiança neles, o que, junto com a demora (no confinamento) de alguns dias, fez com que se espalhasse por todo o país".

"É uma fera diferente. Você tem que ir forte contra isso, realmente essa será nossa melhor chance", recomendou o médico em declarações ao jornal "Sydney Morning Herald", em um momento em que as críticas são ferozes contra a lentidão na ordem de confinamento, o programa de vacinação e as estratégias de quarentena para viajantes internacionais.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou novas medidas nesta segunda-feira, incluindo a obrigação de vacinar os trabalhadores do setor de assistência a idosos e transporte internacional de passageiros, que deveriam ser imunizados até meados de setembro.

Além disso, Morrison indicou que testes adicionais de covid-19 serão realizados em viajantes e seus contatos próximos dois a três dias após deixar o hotel em quarentena.

A situação preocupante fez com que a Nova Zelândia suspendesse até terça-feira sua bolha de viagens sem quarentena com a Austrália, um país que perderá pelo menos cerca de US$ 1,5 bilhão com as duas semanas de confinamento em Sydney.

A Austrália, cujas autoridades associam todos os surtos a repatriações do exterior, acumula cerca de 30.500 infecções, incluindo 910 mortes, e vacinou mais de seis milhões de residentes, dos quais 1,2 milhão já completou o esquema de vacinação.

Um estudo governamental publicado nesta segunda-feira indica que a Austrália sofrerá os efeitos econômicos e demográficos da pandemia por pelo menos 40 anos, em decorrência da "desaceleração do crescimento populacional" influenciada, entre outras causas, pelo envelhecimento da população e pelo baixo índice da taxa de natalidade que foi exacerbada durante a pandemia de covid-19.

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