Comissão econômica aponta queda da pobreza na América Latina em 2023
Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe destaca que erradicação da pobreza exige padrão de investimento direto em proteção social
Internacional|Do R7
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgou o relatório “Panorama Social da América Latina e Caribe 2024”, destacando uma significativa redução da pobreza na região em 2023.
Em 2023, a porcentagem da população latino-americana em situação de pobreza foi de 27,3%, uma queda de 1,5 ponto percentual em comparação ao ano anterior e mais de 5 pontos percentuais em relação a 2020, o ano mais crítico da pandemia da Covid-19. Esse é o valor mais baixo desde que existem registros comparáveis.
Por outro lado, a taxa de pobreza extrema atingiu 10,6% da população da região, 0,5 ponto percentual abaixo de 2022, mas ainda acima dos níveis de 2014. No total, 172 milhões de pessoas viviam na pobreza em 2023, das quais 66 milhões estavam em situação de pobreza extrema.
A Cepal destaca que “avançar na erradicação da pobreza exige o estabelecimento de um padrão de investimento em proteção social não contributiva, ou seja, direta, entre 1,5% e 2,5% do PIB ou entre 5% e 10% do gasto público total.
Em média, os Ministérios de Desenvolvimento Social de 20 países da América Latina e do Caribe gastaram 0,8% do PIB, ou 3% do gasto público total, em proteção social não contributiva em 2022”.
Elogio ao Brasil
Há também um elogio direto ao Brasil. De acordo com o relatório, a taxa de pobreza extrema na América Latina teria permanecido inalterada em 2023 se não fossem as políticas brasileiras.
“A diminuição da pobreza regional em 2023 se explica em mais de 80% pelo que aconteceu no Brasil, país em que vive um terço da população da América Latina e onde as transferências diretas de renda foram decisivas", aponta o documento.
Segundo texto, se no Brasil a população em situação de pobreza não tivesse caído, a média regional de pobreza em 2023 teria sido de 28,4%, apenas 0,4 pontos percentuais menos que no ano anterior, e a incidência da pobreza extrema se manteria sem alterações, em 11,1%”.