Imagine esquecer um item no supermercado e precisar pegar um voo de quase uma hora, que custa cerca de US$ 600 (cerca de R$ 3.530) ida e volta, para buscá-lo. Essa é a realidade de Salina Alsworth, de 27 anos, que vive em Port Alsworth, uma das aldeias mais remotas do Alasca, nos Estados Unidos. Sem estradas, bares, lojas ou restaurantes, a vila de 180 habitantes, situada no Parque Nacional do Lago Clark, depende de aviões para se conectar ao mundo exterior. Salina tem viralizado nas redes sociais ao compartilhar vídeos sobre a rotina na pacata cidade.Port Alsworth, localizada a 320 km de Anchorage, a cidade mais próxima, foi fundada pelos bisavós de Salina na década de 1940, como parte de um programa de colonização do governo americano. Na época, eles receberam terras ao provar que podiam viver de forma autossuficiente. “Você tinha que mostrar que conseguia viver da terra”, disse Salina em entrevista à revista People. Hoje, cinco gerações da família Alsworth ajudam a manter a vila, que abriga o Lake Clark Resort, onde Salina trabalha.A vida na aldeia é totalmente dependente de voos para receber suprimentos, que chegam a cada dois meses. “Eu tento comprar tudo para o inverno em outubro e fazer durar até maio”, conta Salina. O freezer é abastecido com salmão em julho, e a caça ao alce, em setembro, garante carne para a família a cada dois anos. Tempestades de neve e neblina, no entanto, podem atrasar entregas por até uma semana. “Dependendo do clima, só certos aviões conseguem voar”, diz ela.Sem hospital, a vila conta apenas com uma clínica para atendimentos básicos. Casos graves, como partos, exigem viagens a Anchorage. Apesar disso, a jovem diz que há um grande senso de comunidade por ali. “Estamos sempre cuidando uns dos outros”, comentou.Salina, que não pretende deixar Port Alsworth, cresceu cercada por montanhas de 915 metros e considera o isolamento “normal”. “Não consigo me imaginar em outro lugar”, afirma.Casada com Jared Richardson, um guia de pesca que se mudou para a vila em 2022, Salina divide sua rotina no YouTube, onde tem mais de 180 mil inscritos. Nos vídeos, ela mostra desde a busca por lenha de trenó até receitas para o frio extremo. Jared, que veio do Michigan, adaptou-se à vida remota, embora o início tenha sido desafiador. A jovem também promove o resort da família nas redes sociais, que já acumulam meio milhão de seguidores. “Vejo montanhas e natureza selvagem pela janela. É tudo terreno acidentado, rios e lagos”, disse à People, explicando por que não há estradas. Para ela, a beleza do Alasca compensa as dificuldades. “É incrível”.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp