O histórico SS United States, o transatlântico mais rápido da história, está prestes a ganhar uma nova vida como o maior recife artificial do mundo na Costa do Golfo, no estado norte-americano da Flórida.O navio, que foi inaugurado em 1952, está sendo preparado para repousar no fundo do mar. Mas, antes disso, o projeto precisará enfrentar disputas entre empresas de mergulho e ações judiciais que tentam impedir o afundamento.Atualmente ancorado no Porto de Mobile, no Alabama, o navio passa por um processo minucioso de limpeza que já dura meses. Equipes estão esvaziando e higienizando os 120 tanques de combustível e removendo produtos químicos, fiação, plásticos e vidros para minimizar impactos ambientais. “Há muitas coisas nojentas em embarcações construídas nos anos 50”, disse Alex Fogg, gerente de recursos costeiros do Condado de Okaloosa, responsável pelo projeto, à agência de notícias AP. “Quando estiver pronto, será apenas uma estrutura de aço e alumínio”.O objetivo é ambicioso: transformar o SS United States em uma atração turística subaquática que pode gerar milhões de dólares por ano para lojas de mergulho, barcos de pesca fretados e hotéis, além de criar um habitat para peixes e vida marinha.O navio deve ser afundado até o fim deste ano. A ideia é que ele fique a uma profundidade de 55 metros, com os conveses superiores a apenas 18 metros da superfície, cenário ideal tanto para mergulhadores iniciantes quanto avançados, de acordo com a AP.A localização exata do futuro recife virou motivo de competição, segundo a agência. O Condado de Bay ofereceu US$ 3 milhões (cerca de R$ 17,1 milhões) para que o navio seja afundado próximo a Panama City Beach, cidade que abriga uma das maiores escolas de mergulho da Marinha dos EUA.Já o Condado de Escambia propôs US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,7 milhões) para levar o SS United States a Pensacola, a apenas 22 quilômetros do USS Oriskany, outro naufrágio popular afundado em 2006. Além da disputa pelo local de afundamento, o projeto também enfrenta resistência judicial. Um grupo de pessoas entrou com uma ação no tribunal federal de Pensacola para impedir o afundamento, argumentando que o navio, um símbolo histórico, merece ser preservado. “Sem o recife, ele iria para o ferro-velho. Assim, mais pessoas o visitarão no primeiro mês submerso do que nos últimos 30 anos”, rebate Fogg à ação judicial. O custo para viabilizar o plano do condado de Okaloosa para comprar, mover, limpar e afundar o navio gira em torno US$ 10,1 milhões (cerca de R$ 57,5 milhões). O projeto também contempla a criação de um museu sobre a história do navio.Em sua viagem inaugural, o SS United States cruzou o Atlântico em apenas três dias, 10 horas e 40 minutos, superando o antecessor RMS Queen Mary e mantendo até hoje o recorde de velocidade para um transatlântico, com média de 66 km/h. Após décadas atracado no Rio Delaware, na Filadélfia, o navio chegou ao Alabama em março, após um reboque de 12 dias, quando o Condado de Okaloosa assumiu sua posse, resolvendo uma disputa de aluguel, segundo a AP.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp