Crise no Peru

Internacional Congresso do Peru rejeita pela segunda vez antecipação das eleições para 2023

Congresso do Peru rejeita pela segunda vez antecipação das eleições para 2023

Votação desta quarta (1º) teve placar de 68 votos contra, 54 a favor e duas abstenções; presidente deseja que pleito ocorra neste ano

Agência EFE

Resumindo a Notícia

  • Congresso do Peru rejeitou novamente a antecipação das eleições para 2023
  • Votação desta quarta (1º) teve placar de 68 votos contra, 54 a favor e duas abstenções
  • Dina Boluarte deve enviar projeto ao Congresso para eleição ser realizada ainda esse ano
Congressistas vetaram pela segunda vez a antecipação das eleições para este ano

Congressistas vetaram pela segunda vez a antecipação das eleições para este ano

Cris Bouroncle/AFP - 1º.2.2023

O Congresso do Peru rejeitou nesta quarta-feira (1º) um projeto de lei para convocar para dezembro deste ano eleições gerais para a escolha de um novo presidente e novos deputados, uma das principais reivindicações dos protestos contra o atual governo, que já têm saldo de 65 mortos.

Esta foi a segunda proposta do tipo a ser rejeitada pelos parlamentares. A votação desta quarta-feira teve placar de 68 votos contra, 54 a favor e duas abstenções.

Era necessário o aval de 87 deputados para que a iniciativa fosse aprovada. Se isso tivesse acontecido, novos representantes dos poderes Executivo e Legislativo seriam eleitos para completar o mandato que começou em 2021 e termina em 2026.

O projeto de lei, renovado em relação ao apresentado inicialmente, pretendia que as autoridades eleitas nas próximas eleições exercessem as funções até o final de julho de 2026, quando deveria terminar o mandato do ex-presidente Pedro Castillo, que em 7 de dezembro foi destituído pelo Congresso e substituído pela então vice-presidente, Dina Boluarte.

O novo texto, apresentado pelo presidente da Comissão de Constituição do Congresso, o fujimorista Hernando Guerra García, propunha reduzir o mandato de Boluarte e dos parlamentares até o final de abril de 2024 e estabelecia que as novas autoridades assumiriam logo após cumprir o prazo constitucional.

Desde segunda-feira (30), quando o Congresso reconsiderou a votação de sexta-feira, Guerra realizou reuniões com deputados de todas as bancadas parlamentares para tentar chegar a um consenso sobre esse projeto de lei, mas as rodadas de diálogo não foram proveitosas.

Na votação do plenário, a proposta obteve o apoio majoritário do fujimorista Fuerza Popular e dos conservadores Podemos e Alianza Para el Progreso, enquanto a maior rejeição veio do ultraconservador Renovación Popular e da maioria dos grupos de esquerda, entre eles o Perú Libre, o autodenominado partido marxista que em 2021 levou o ex-presidente Pedro Castillo ao poder.

Legisladores de outros partidos, como Avanza País (direita), Acción Popular (centro) e Somos Perú (centro), votaram divididos.

Durante o debate, que durou mais de quatro horas, a porta-voz do esquerdista Juntos por el Perú, Ruth Luque, questionou o projeto por propor pleitos complementares e não incluir a convocação de uma Constituinte, como também exigem os manifestantes.

No mesmo sentido, o porta-voz do Perú Libre, Flavio Cruz, declarou que apoiar este texto significaria apoiar a continuidade da presidente e ignorar as mortes ocorridas durante os protestos antigovernamentais.

No final da discussão, Guerra García reconheceu que o texto não era a melhor fórmula, mas assegurou que "ainda há tempo nesta legislatura para melhorar e concordar em algumas outras questões".

Boluarte anunciou no domingo (29) que, caso o Congresso não aprovasse a convocação de eleições gerais, enviaria imediatamente dois projetos para que os pleitos possam ser realizados de qualquer maneira neste ano e para a reforma total da Constituição de 1993 pela próxima Legislatura.

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