Coreia do Norte diz que Coreia do Sul se expõe à 'destruição final'
Internacional|Do R7
A Coreia do Sul se expõe a sua "destruição final" caso siga pressionando junto aos seus aliados para reforçar as sanções da ONU contra o programa nuclear da Coreia do Norte, advertiu nesta terça-feira em Genebra um diplomata norte-coreano.
"Como diz o provérbio: um cachorro recém-nascido não teme um tigre; e o comportamento errático da Coreia do Sul só pode anunciar a sua destruição final", proclamou o enviado norte-coreano à Conferência de Desarmamento das Nações Unidas, Jon Yong Ryong.
"Nunca reconhecemos as resoluções propagandísticas relacionadas às sanções do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou o diplomata, cujas declarações provocaram reações ásperas nas Conferência.
O embaixador sul-coreano nesta Conferência, Kwon Haeryong, respondeu que "todos sabem que a Coreia do Norte destina recursos enormes ao desenvolvimento de armas nucleares e mísseis".
Para a diplomacia sul-coreana, é lamentável que a Coreia do Norte, paralelamente aos gastos militares, passa por "uma crise alimentar crônica".
O diplomata norte-coreano fez estas declarações em resposta a uma intervenção da Holanda, que falou em nome dos dez países reunidos na "Iniciativa para a não-proliferação e desarmamento", e que condenaram o novo teste nuclear realizado pelo regime comunista no dia 12 de fevereiro.
Para o diplomata norte-coreano, "o teste nuclear (de seu país) é uma medida de autodefesa diante da intensificação da chantagem nuclear dos Estados Unidos" e contra o braço de ferro militar criado por Washington e seus parceiros para bloquear o desenvolvimento econômico da Coreia do Norte.
Várias delegações, entre elas a dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemnha, Espanha, França e Polônia, expressaram preocupação com as ameaças norte-coreanas.
"As ameaças contra outros Estados-membros ultrapassaram os limites do aceitável", declarou o representa francês na Conferência de Genebra.
A Coreia do Norte e a Coreia do Sul costumam criar grandes polêmicas neste fórum da ONU, consagrado a questões de controle de armas em escala global.
Mas a ameaça norte-coreana desta terça-feira foi anormalmente ameaçadora e ocorre em plena efervescência diplomática após o terceiro e mais potente teste nuclear realizado na semana passada pela Coreia do Norte.
Este último teste provocou um concerto de condenações e uma vigorosa reação das Nações Unidas.
Reunido em caráter de emergência, o Conselho de Segurança da ONU "condenou veementemente" este novo teste nuclear e anunciou que se esforçará para tomar as "medidas apropriadas" por meio de uma nova resolução.
A explosão do dia 12 de fevereiro chegou a uma magnitude 5, de uma potência "duas vezes maior" do que a registrada no teste anterior (4,52 de magnitude) de 2009, segundo a Agência de Controle de Testes Nucleares (CTBTO), cuja sede está em Viena.
mnb/plh/mr