Coreia do Norte nega troca de tiros com Marinha sul-coreana
Internacional|Do R7
Seul, 23 mai (EFE).- A Coreia do Norte garantiu nesta sexta-feira que não existiu troca de tiros entre suas Forças Armadas e a Marinha sul-coreana na tarde de ontem nas águas próximas da fronteira ocidental entre os países e assegurou que a notícia divulgada por Seul foi apenas um "engano". A Coreia do Sul "montou um escândalo e inventou que disparamos projéteis de artilharia contra sua embarcação de guerra em águas próximas à ilha de Yeonpyeong e que eles responderam com fogo", anunciou o Comando da Frente Sudoeste do Exército Popular da Coreia do Norte em comunicado. O anúncio das Forças Armadas da Coreia do Sul é "um engano" com a intenção de atribuir à Coreia do Norte a imagem de instigador da violência, acrescentou o documento, divulgado pela agência de notícias estatal norte-coreana "KCNA". Em todo caso, o comando advertiu que "o Exército da Coreia do Norte mantém uma preparação total de combate para esmagar em nome de todo o povo coreano as provocações das marionetes agressoras", em referência aos militares sul-coreanos. Seul anunciou ontem à noite que a Coreia do Norte tinha disparado projéteis de artilharia de suas baterias litorâneas que caíram a cerca de 150 metros de um navio patrulheiro sul-coreano nas águas do Mar Amarelo (Mar Ocidental). Em resposta, segundo a versão de Seul, uma corveta sul-coreana que se encontrava próxima do local disparou cinco rodadas de artilharia que caíram nas águas norte-coreanas próximas de um navio militar do regime de Pyongyang. Além disso, a Coreia do Sul evacuou os moradores das ilhas da região e ordenou que dezenas de pesqueiros chineses e sul-coreanos que trabalhavam em águas próximas retornassem aos portos. O incidente aconteceu perto de Yeonpyeong, uma ilha administrada por Seul, mas que se encontrar a poucos quilômetros do litoral norte-coreano, que em novembro de 2010 sofreu um ataque de artilharia do país comunista que deixou quatro sul-coreanos mortos. Por sua vez, o regime de Kim Jong-un também protestou hoje mais uma vez pelos disparos de advertência que a Marinha sul-coreana realizou na terça-feira quando embarcações norte-coreanas ultrapassaram a Linha Limite do Norte (LLN) que separa os dois países no Mar Amarelo. Traçada no final da Guerra da Coreia (1950-1953) pela coalizão da ONU liderada pelos Estados Unidos, a LLN não é reconhecida pela Coreia do Norte e foi cenário frequente de conflitos entre os dois países nos últimos anos. As Coreias do Norte e do Sul continuam tecnicamente em guerra devido, pois o conflito ocorrido há seis décadas terminou com um armistício ao invés de um tratado de paz definitivo. EFE aaf/rpr