David Miliband nega que vá suceder seu irmão Ed à frente do trabalhismo

Londres, 11 mai (EFE).- O ex-ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, David Miliband, que perdeu a disputa para liderar o Partido Trabalhista contra seu irmão Ed em 2010, negou nesta segunda-feira que voltará a apresentar-se para liderar a legenda após o fracasso eleitoral da quinta-feira passada. Em uma entrevista à emissora britânica "BBC" em Nova York, onde exerce a presidência da ONG Comitê de Resgate Internacional, Miliband criticou a campanha eleitoral dirigida por seu irmão e assinalou que o resultado no pleito foi "devastador" para o partido. Ed Miliband apresentou sua renúncia na sexta-feira passada, depois que os trabalhistas, que esperavam entrar no governo, perderam 26 cadeiras, um resultado que permitirá ao Partido Conservador governar com maioria absoluta pela primeira vez em 18 anos. "Claramente não sou um candidato para a eleição do líder", declarou David, ressaltando que espera que "os amigos e colegas que estão no Reino Unido recuperem as políticas dinâmicas e progressistas com as quais possam falar por milhões de pessoas no país". Em um contexto no qual o Partido Trabalhista avalia a opção de dar um giro rumo ao centro para recuperar-se do golpe eleitoral, Miliband sugeriu que seu irmão propôs um programa escorado demais nos ideais da esquerda. Em sua opinião, tanto o ex-primeiro-ministro Gordon Brown, anterior líder trabalhista, como Ed Miliband, fizeram com que a ideologia do partido "retrocedesse em relação aos princípios de aspiração e inclusão que estão no coração de qualquer projeto progressista bem-sucedido". Para Miliband, o fracasso eleitoral do trabalhismo se explica porque os eleitores "não queriam o que lhes foi oferecido". Sobre a relação pessoal com seu irmão, Miliband assegurou que mantém contato com ele e que se sente "muito feliz" por isso. "Sempre disse que manterei nossas conversas pessoais na esfera particular, mas também disse que seremos irmãos por toda a vida", concluiu. EFE gx/rsd