Descoberta arqueológica em Megido confirma batalha bíblica que deu origem ao Armagedom
Evidências arqueológicas sugerem também presença de soldados egípcios e mercenários
Internacional|Do R7, em Brasília
Novas descobertas arqueológicas na antiga cidade de Megido, local da lendária batalha do Armagedom, lançam luz sobre um confronto bíblico entre o rei Josias de Judá e o faraó egípcio Neco II, ocorrido há mais de 2.600 anos.
Josias foi um dos últimos reis de Judá, conhecido por sua devoção a Deus e pelas reformas que implementou, buscando restaurar o culto ao Criador e eliminar práticas idólatras. Segundo a Bíblia, ele morreu ao enfrentar o exército egípcio em Megido. O termo Armagedom, derivado do hebraico “Har Megiddo” (Monte Megido), aparece no livro do Apocalipse como o local da batalha final no fim dos tempos.
A recente descoberta arqueológica em Megido reforça a veracidade dos relatos bíblicos, ao confirmar a presença de forças egípcias na região na época da morte de Josias.
Um estudo recente, publicado no The Scandinavian Journal of the Old Testament, revela a presença de um exército egípcio em Megido por volta de 609 a.C., data em que a Bíblia relata a morte de Josias.
A análise de fragmentos de cerâmica egípcia e grega, encontrados em uma camada arqueológica da época, indica que Megido foi ocupada pelos egípcios, que frequentemente utilizavam mercenários gregos em suas tropas.
O estudo foi liderado por Israel Finkelstein, arqueólogo da Universidade de Haifa e da Universidade de Tel Aviv. Segundo ele, a presença de cerâmica egípcia e grega no local indica que tropas egípcias, possivelmente acompanhadas por mercenários gregos, ocuparam Megido na época do reinado de Josias.
“Esses achados apoiam a ideia de que forças egípcias estavam em Megido durante o período descrito na Bíblia”, explicou Finkelstein.
A cidade, estrategicamente importante por sua localização em rotas comerciais e militares, foi palco de diversas batalhas ao longo da história, sendo ocupada por diferentes povos.
As escavações em Megido revelaram mais de 20 camadas arqueológicas, abrangendo períodos de ocupação cananeia, israelita, assíria, egípcia e persa.
O local, palco de incontáveis batalhas ao longo dos séculos, continua a revelar segredos que conectam o passado ao futuro. Uma cidade estratégica que já foi disputada por impérios e reis agora ressurge como evidência arqueológica de eventos bíblicos. Para a história e para a fé, um campo de guerra e o prenúncio da batalha definitiva.