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Doze pontos para entender o conflito que ameaça tomar a Líbia

Entenda mais sobre a ofensiva do marechal Khalifa Hafter sobre a capital, Trípoli, que pode ter conflitos sangrentos nos próximos dias

Internacional|Da EFE

Tropas do governo se reúnem perto de Trípoli
Tropas do governo se reúnem perto de Trípoli

A atual ofensiva sobre Trípoli, a capital da Líbia, faz parte de um plano anunciado há cinco anos pelo marechal Khalifa Hafter, um antigo membro da cúpula militar que em 1969 levou Muammar Khadafi ao poder e que, duas décadas depois, recrutado pela CIA, se transformou no seu principal opositor no exílio.

Doze pontos ajudam a entender como se chegou a uma batalha pela capital que pode desencadear um banho de sangue e que é determinante para o futuro de Líbia, um Estado vítima do caos e da guerra civil desde que, em 2011, a OTAN contribuiu para a vitória dos grupos rebeldes sobre Khadafi.

— Março de 2011: Apoiado pelos Estados Unidos, Hafter voa com um punhado de seguidores do estado americano da Virgínia para a Líbia, via Egito, e se junta às milícias rebeldes.

— Maio de 2014: Hafter, que em fevereiro exigia a suspensão do Congresso e a formação de um conselho presidencial transitório, lança em Benghazi a "Operação Dignidade" para expulsar as forças islamitas ligadas ao governo com sede em Trípoli.


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— Julho de 2014: O Congresso Geral da Nação, eleito em 2012, e o governo islamita em Trípoli se negam a reconhecer o resultado das eleições realizadas um mês antes. A nova Câmara de Representantes se exila na cidade de Tobruk e estabelece um governo paralelo, com Hafter como líder militar.

— Fevereiro de 2015: O grupo jihadista Daesh, estabelecido na cidade oriental de Derna, conquista a cidade litorânea central de Sirte, o bastião mais avançado que teve no Ocidente.


— Dezembro de 2015: Após meses de negociações fracassadas, o enviado especial da ONU para a Líbia, Bernardino Leon, impõe um plano de paz que inclui a formação de um Governo de Acordo Nacional (GNA) não eleito que se forma no exílio e se instala três meses depois em Trípoli sob a direção de Fayez al Sarraj.

— Junho de 2016: O governo imposto pela ONU na Líbia (GNA) e a cidade de Misrata lançam a operação "Bunyan al Marsous" para expulsar o Daesh de Sirte. Apoiados pelos Estados Unidos, recuperam a cidade seis meses depois.


— Setembro de 2016: Hafter arrebata das milícias ligadas ao governo em Trípoli o golfo de Sidra e o porto de Ras Lanufe, núcleo da indústria petrolífera da Líbia.

— Janeiro de 2017: Hafter conquista a sangue e fogo o bairro de Ghanfuda, último reduto islamita de Benghazi, e assegura o controle da capital do leste. Três meses depois, arrebata o centro de Derna do Estado Islâmico e outros grupos jihadistas.

— Setembro de 2017: O novo enviado especial da ONU, Ghassan Salamé, apresenta um novo plano de paz que inclui uma conferência nacional e eleições, ao qual se opõe Hafter, que consegue o apoio militar da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.

— Junho de 2018: O presidente da França, Emmanuel Macron, convida, contra a postura da Itália, o marechal Hafter a Paris e lhe reconhece assim como um dos líderes da Líbia.

— Fevereiro de 2019: Hafter lança uma operação para controlar o sul da Líbia, estende seu poder nas principais cidades e assume o controle das jazidas petroleiros de El Sharara e Al Fil, essenciais para a sobrevivência energética e econômica de Trípoli.

— Abril de 2019: Hafter inicia a ofensiva "Corrente de Dignidade" para conquistar Trípoli apesar da presença na capital do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em claro desafio à comunidade internacional

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