Tomado pela instabilidade na segurança pública, somado aos ventos da recessão econômica, o Equador vai às urnas neste domingo (13) para decidir se mantém o atual presidente, Daniel Noboa, no cargo ou se elege a opositora Luisa González, ligada à esquerda, para comandar o país pelos próximos quatro anos. O primeiro turno, realizado no dia 10 de fevereiro, foi um dos mais acirrados da história do país, com Noboa liderando o pleito por apenas 16.746 votos à frente de González. As duas semanas que antecederam a votação deste domingo foram marcadas pela grande adesão dos eleitores a atos populares nas ruas de Quito, capital do país, além do debate entre os candidatos, realizado no dia 23 de março.Na última quarta-feira (9), a progressista Luisa González, representante da coalizão de esquerda Revolução Cidadã (RC), realizou comício no Estádio Chillogallo, do clube Aucas, para mais de 100 mil pessoas, que compareceram apesar da chuva que caiu sobre a capital equatoriana.No discurso, Luisa defendeu a “retomada das políticas com as quais, há poucos anos atrás, o Equador podia se gabar de ser um dos países da América Latina que melhor protegem os seus cidadãos, mas que foram desmanteladas pelos três governos de direita que vivemos nos últimos dez anos”.A declaração faz referência às gestões de Lenín Moreno (2017-2021), Guillermo Lasso (2021-2023) e à do atual presidente Noboa. Já o atual presidente Daniel Noboa, candidato à reeleição pelo partido de direita Ação Democrática Nacional (ADN), realizou o ato final de campanha no Ginásio General Rumiñahui, também para mais de 100 mil pessoas em Quito.Durante o discurso, o atual mandatário de centro-direita acusou Luisa González de querer “implementar no Equador as mesmas políticas que fracassaram nas ditaduras da Venezuela e da Nicarágua”. Noboa também enfatizou que, caso seja reeleito, a próxima gestão estará dedicada a “fortalecer nossas alianças com as nações desenvolvidas do Ocidente, como os Estados Unidos, principalmente para erradicar de vez o problema do narcotráfico do nosso país”.Em meio às pesquisas apertadas, os dois candidatos relataram receios de fraude. González disse que era preciso “cuidar do nosso voto nas urnas”, acusando o adversário: “A Sra. Diana Atamaint, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), é uma gerente de campanha perfeita para Daniel Noboa. Ele dá ordens e ela obedece”. Assim como a rival, Noboa demonstrou preocupação ao longo da corrida. Em fevereiro, o presidente, que acumulou fortuna e capital político a partir da exportação de bananas, sugeriu que facções criminosas atuaram para influenciar o primeiro turno, sem citar nomes ou provas. O Equador ocupa a pior posição no Índice de Lei e Ordem da empresa de pesquisa de opinião Gallup, que mede a percepção de segurança em 140 nações.A violência causada pelo tráfico de drogas levou a um aumento no número de homicídios, ao assassinato de um candidato à presidência (Fernando Villavicencio), à tomada de prisões por grupos criminosos e a um ataque armado a uma emissora televisiva enquanto jornalistas faziam uma transmissão ao vivo.Em janeiro e fevereiro deste ano, durante a corrida presidencial, o Equador registrou um morto por hora, segundo dados do Ministério do Interior.O presidente Daniel Noboa adotou uma política de linha-dura contra os cartéis e facções, baixando a taxa de homicídios de 47 por 100 mil habitantes em 2023 para 38 por 100 mil em 2024.Em janeiro de 2024, após a invasão da emissora de TV por grupos armados, Noboa decretou a existência de um “conflito armado interno” no país. O decreto número 111, instrumento jurídico utilizado pelo mandatário, implicou a imediata mobilização e intervenção das forças de segurança no território nacional contra o crime organizado.Agora, em meio ao caos, 13,7 milhões de equatorianos estão convocados para ir às urnas entre as 7h e 17h (9h e 19h em Brasília), neste domingo (13).Para saber tudo do mundo dos famosos, siga o canal de entretenimento do R7, o portal de notícias d a Record, no WhatsApp