EUA pedem mais diálogo com China sobre ataques cibernéticos
Internacional|Do R7
Washington, 19 fev (EFE).- O Governo dos Estados Unidos não quis dar declarações sobre um relatório que atribui boa parte dos ciberataques contra o país a uma unidade do exército chinês, mas reafirmou a necessidade de dialogar mais com os chineses para discutir o assunto. A Casa Branca e o Departamento de Estado rejeitaram avaliar ou falar sobre possíveis medidas por conta do relatório elaborado pela empresa americana Mandiant, ao afirmar que se trata de informação de inteligência. "Não tenho comentários sobre o relatório, nem sobre as acusações específicas. Mas colocamos repetidamente nossas preocupações sobre o roubo cibernético aos altos níveis do Governo chinês, incluindo o Exército, e seguiremos fazendo isso", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. "EUA e China estão entre os maiores atores cibernéticos do planeta, e é vital que possamos manter um diálogo contínuo e significativo, além de trabalharmos juntos para desenvolver um entendimento do que é o comportamento aceitável no ciberespaço", declarou Carney. O Departamento de Estado estabeleceu um diálogo exclusivamente sobre cibersegurança com o Ministério das Relações Exteriores chinês, segundo a porta-voz da diplomacia americana, Victoria Nuland. "Os últimos relatórios públicos deixam claro que teremos que seguir trabalhando nisto, porque é uma séria preocupação", ponderou Nuland. O relatório de Mandiant, especializado em segurança na internet, diz que um grupo de hackers, identificados como RPT-1, contam com o "apoio direto do Governo" chinês para realizar uma "ampla campanha de espionagem cibernética a longo prazo". O presidente dos EUA, Barack Obama, confirmou uma ordem executiva para que as agências federais dividam relatórios sobre ciberataques com empresas americanas e provedores da internet. Segundo o jornal "The New York Times", o Governo de Obama começará nesta terça uma "defesa mais agressiva" contra grupos piratas chineses, uma informação que Carney não quis confirmar. "Este é um assunto no qual estamos trabalhando constantemente, e certamente tomaremos as ações necessárias para melhorar nossa segurança", destacou o porta-voz. De acordo com o jornal, o Governo de Obama planeja aumentar seu contato com a China e tomar ações cada vez mais intensas e sofisticadas, que podem colocar em risco a relação bilateral. O relatório de Mandiant localiza a origem de ataques a 141 entidades de todo o mundo, a maioria de países anglo-saxônicos, oriundos de um edifício nos arredores de Xangai, onde fica a unidade 61398 do Exército de Libertação Popular chinês. O "NYT" afirma que há um debate no Governo americano para identificar os ciberataques como provenientes desse edifício de Xangai, nos relatórios que suas agências fornecerão às empresas da internet, ou manter a informação para não ferir os laços diplomáticos. EFE llb/nvo/rsd