Ex-atleta olímpico entra em lista dos 10 mais procurados do FBI

O ex-atleta olímpico de snowboard Ryan Wedding, de 43 anos, foi adicionado nesta quinta-feira (6) à lista dos 10 fugitivos mais procurados do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos.

O órgão acusa o canadense de comandar uma rede transnacional de tráfico de drogas e de orquestrar assassinatos para sustentar suas atividades criminosas. O anúncio foi feito por Akil Davis, diretor assistente encarregado do Escritório de Campo do FBI em Los Angeles, durante uma coletiva de imprensa nesta quinta.

Ryan, que competiu no slalom gigante de snowboard nas Olimpíadas de Inverno de 2002, em Salt Lake City, é suspeito de liderar uma organização que transportava centenas de quilos de cocaína da Colômbia, passando pelo México e pelo sul da Califórnia, até o Canadá e outros pontos dos Estados Unidos.

Segundo as autoridades, o ex-atleta também é acusado de ordenar múltiplos assassinatos e uma tentativa de homicídio para proteger seus negócios ilícitos. A recompensa por informações que levem à localização dele é de US$ 10 milhões (cerca de R$ 57 milhões).

“Wedding passou de triturador de pólvora nas encostas das Olimpíadas para distribuir cocaína em pó nas ruas de cidades dos EUA e no Canadá”, disse Davis. “Os supostos assassinatos de seus concorrentes fazem dele um homem muito perigoso, e sua adição à lista, junto com uma grande recompensa, fará do público nosso parceiro para capturá-lo antes que ele coloque mais vidas em risco.”

Crimes violentos e acusações

Ryan e outro suspeito, Andrew Clark, de 34 anos, também canadense, foram formalmente acusados em junho de 2024 no Distrito Central da Califórnia por crimes como administração de uma organização criminosa, assassinatos relacionados a essa atividade e tráfico de drogas.

Andrew foi preso em outubro de 2024 pelas autoridades mexicanas e extraditado para os EUA na semana passada, integrando um grupo de 29 fugitivos entregues ao país.

Uma acusação ampliada, apresentada em setembro do ano passado por um grande júri federal em Los Angeles, incluiu Ryan, Andrew e outros 14 réus, detalhando a operação da rede criminosa.

Segundo o FBI, entre janeiro e agosto de 2024, o grupo transportou grandes quantidades de cocaína do México para o sul da Califórnia e, de lá, para o Canadá, utilizando caminhões de longo curso coordenados por uma rede sediada em Ontário.

Ryan também é acusado de assassinar dois membros de uma família em Ontário, em 20 de novembro de 2023, como retaliação por um carregamento de drogas roubado. Um terceiro familiar sobreviveu ao ataque, mas sofreu ferimentos graves.

Ele ainda responde à acusação de um terceiro homicídio, cometido em 18 de maio de 2024, que teria sido ordenado por uma dívida de drogas, segundo o FBI.

Perfil de fugitivo

Nascido em Thunder Bay, no Canadá, Ryan é conhecido por pseudônimos como “El Jefe”, “Giant”, “Public Enemy”, “James Conrad King” e “Jesse King”. Investigadores acreditam que ele esteja vivendo no México, mas não descartam sua presença nos EUA, Canadá, Colômbia e em outros países da América Latina.

Se condenado, o ex-atleta pode enfrentar prisão perpétua por liderar uma organização criminosa, além de penas mínimas de 20 anos por assassinatos e de 10 a 15 anos por tráfico de drogas.

A inclusão de Ryan marca a 535ª adição à lista dos 10 fugitivos mais procurados do FBI, criada em 1950. Ele substitui Alexis Flores, procurado na Filadélfia, que foi retirado da lista nesta quinta-feira (6), mas segue na página de procurados do site da agência.