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FBI alertou sobre extremistas 1 dia antes de ataque ao Capitólio

Escritório da Virgínia alertou Washington ainda no dia 5 sobre a possibilidade de atos violentos contra o Congresso

Internacional|Da EFE

Extremistas ameaçavam violência durante sessão do Congresso
Extremistas ameaçavam violência durante sessão do Congresso

Um relatório interno do FBI advertiu um dia antes do ataque ao Capitólio que um grupo de extremistas apoiadores do presidente Donald Trump se preparava para lançar uma "guerra" em Washington e cometer atos de violência contra o Congresso, informou nesta terça-feira o jornal Washington Post.

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As informações contradizem as declarações do chefe do escritório de Washington do FBI, Steven D'Antuono, que na última sexta-feira afirmou a jornalistas que a agência não tinha "nenhuma indicação" de que algo estava planejado para 6 de janeiro, além dos protestos de apoiadores do presidente Donald Trump.

Chamados à violência

Entretanto, o escritório do FBI na vizinha Norfolk, no estado da Virgínia, havia advertido, em um relatório aprovado para publicação interna em 5 de janeiro, sobre os planos de extremistas que haviam compartilhado um mapa dos túneis do Capitólio e mencionado ameaças específicas contra o complexo.


"A partir de 5 de janeiro de 2021, o FBI em Norfolk recebeu informações de que há apelos para a violência (...) que começarão em 6 de janeiro de 2021 em Washington, D.C.", diz o documento, obtido pelo "Post".

"Uma publicação na internet menciona apelos específicos à violência, incluindo o seguinte: 'Estejam preparados para lutar. O Congresso precisa ouvir vidros quebrando, portas que se abrem a chutes e sangue derramado de seus soldados escravos do BLM e Pantifa", acrescenta o texto.


A sigla BLM é uma referência aos ativistas do Black Lives Matter, enquanto "Pantifa" é uma alusão depreciativa ao movimento de esquerda Antifa, cujos membros em algumas ocasiões entram em confronto com extremistas de direita que defendem Trump.

"Sejam violentos. Parem de chamar isso de um comício ou protesto. Vão para lá preparados para a guerra. Ou conseguimos nosso presidente ou morremos. Nada mais nos fará atingir este objetivo", acrescenta a mensagem citada no relatório do FBI.


Essa informação foi compartilhada naquele mesmo dia — 5 de janeiro — com agentes do FBI do escritório de Washington, de acordo com um funcionário da agência citado pelo "Washington Post".

Erros de preparação

A revelação é outro exemplo dos grandes erros cometidos na prevenção do ataque ao Capitólio, que resultou em cinco mortes, incluindo a de um policial, e levanta questões sobre por que as autoridades não agiram se tinham tais informações.

O relatório citado pelo "Post" enfatizava que o FBI não conhecia a identidade daqueles que faziam as ameaças de violência na internet e pedia às agências com as quais o material foi compartilhado para não agirem sobre essas informações de inteligência, que não eram "definitivas", sem antes consultarem o FBI.

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O próprio FBI, a Polícia do Capitólio e os oficiais de segurança do Congresso evitaram levar a sério as indicações em redes sociais de possíveis atos de violência no Congresso naquele dia, enquanto os legisladores se reuniam para confirmar a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro do ano passado.

A situação mudou desde o ataque. Na segunda-feira o FBI advertiu em um boletim interno sobre a ameaça de "protestos armados" em todo o país a partir de sábado, uma "revolta" nacional e uma nova tentativa de ataque ao Capitólio de domingo até a posse de Biden, marcada para quarta-feira da próxima semana.

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