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Donald Trump afirmou em suas redes que o motivo de seu julgamento, que começou na última terça-feira (4), não passa de perseguição política. O republicano, que ficou no poder por quatro anos, teve um mandato marcado por relações conflituosas com outras autoridades internacionais. Veja alguns líderes internacionais que foram desafetos do ex-presidente americano durante o período em que fico à frente da Casa Branca
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Nicolás Maduro (Venezuela)
A relação entre os EUA e a Venezuela é delicada há muitos anos, porém, a ditadura estabelecido por Nicolás Maduro fez com que Trump se voltasse abertamente contra Caracas. A crise humanitária, com diversos refugiados deixando a Venezuela, foi assunto do ex-presidente em diversas coletivas.
Trump já declarou que só conversaria com Maduro se fosse para discutir a saída do ditador do poder, além de ter decidido não reconhecer sua legitimidade de Maduro como líder. Na Venezuela, Maduro e outros líderes culpam os EUA pelo fracasso econômico do país, mencionando a exploração americana por petróleo como um dos principais problemas. -
Miguel Díaz (Cuba)
A relação entre os EUA e Cuba estava mudando durante o mandato de Barack Obama, mas as mudanças foram descontinuadas por Trump.
As desavenças do político com o presidente cubano, Miguel Díaz, começaram depois que o americano revogou medidas tomadas por seu antecessor, como incluir novamente o país na lista de financiadores do terrorismo, por supostas ajudas fornecidas a ditadores e rebeldes.
Díaz chegou a mencionar, no ano passado, que não aceitaria nenhuma imposição de Trump, e que só existirá diálogo quando for "tratado como igual", afirmando que o político se sentia "superior" -
Xi Jinping (China)
A China e os Estados Unidos são as duas maiores potências mundiais e essa realidade foi palco de muita competição nas últimas décadas.
Durante o governo Trump, as tensões escalaram em novos níveis. O político americano acusou o país asiático de esconder a origem do coronavírus, de espionagem e de abuso aos direitos humanos. Apesar dos atritos terem resultado na reunião do republicano com o presidente chinês, a relação não perdurou e o próprio Trump admitiu o afastamento.
Além disso, as autoridades do governo chinês declararam apoio a Trump por motivos estratégicos. Eles acreditavam que Trump apresentaria menos ameaças à China por enfraquecer relações dos EUA com outros países -
Hassan Rouhani (Irâ)
Os anos de Trump no poder pioraram a tensa relação entre os EUA e o Irã. As medidas tomadas por Obama, que cortavam sanções e estabeleciam acordos de regulação nuclear, foram revogadas por Trump logo no início do mandato, o que fez com que o regime de Hassan Rouhani voltasse a produzir urânio enriquecido, matéria-prima para armas nucelares.
Este cenário quase evoluiu para conflitos mais intensos. O presidente iraniano recusou diversas propostas feitas pelo republicano e dizia não confiar no presidente americano, que foi chamado de "mentiroso" -
Enrique Peña Nieto (México)
A decisão de construir um muro entre os EUA e o México fez com que o presidente mexicano, Enrique Peña, entrasse na lista de desafetos de Trump.
Peña, que declarou publicamente seu desgosto pelo bilionário americano, chegou a encerrar a colaboração entre os dois países, na área da migração e segurança.
O republicano ainda pretendia que o vizinho pagasse pela obra bilionária na fronteira, e as reuniões marcadas para negociação do caso nunca aconteceram graças a seriedade das tensões. Depois que Biden assumiu o poder, a construção do muro foi interrompida -
Malcolm Turnbull (Austrália)
Apesar de o primeiro-ministro australiano Malcolm Turnbull não estar envolvido em grandes polêmicas com o ex-presidente americano, Trump chegou a definir a interação entre os dois como "pior conversa com um líder mundial" que ele já teve, segundo o Washington Post. Depois do bate boca, ambos encontraram dificuldades para trabalharem juntos, e Turnbull já definiu Trump como "lunático", afirmando que o homem é um narcisista, como muitos outros bilionários que já tinha conhecido -
Angela Merkel (Alemanha)
A ex-chanceler alemã Angela Merkel é um desafeto assumido do ex-presidente americano. Trump afirmou publicamente que a forma que Merkel estava conduzindo a questão dos refugiados era "um erro catastrófico".
Trump também utilizou termos ofensivos para se referir à líder alemã para terceiros. Na época, Merkel viralizou na internet por encarar Trump com desgosto durante uma reunião e garantiu que a Europa é livre para agir como preferir e que os EUA precisavam reconhecer que o aumento do número de refugiados do Oriente Médio é, em parte, resultado das guerras conduzidas pelos norte-americanos.