Japão amplia sanções à Rússia aos setores de semicondutores e financeiro
Além de bloqueios econômicos, premiê japonês Fumio Kishida deseja dificultar produção russa de artigos para fins militares
Internacional|Do R7
O governo do Japão anunciou nesta sexta-feira (25, quinta-feira no Brasil) novas sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, que incluem controles sobre as exportações de semicondutores e outros produtos que podem ser usados para fins militares, assim como o congelamento de fundos de entidades financeiras russas.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, apresentou hoje uma nova rodada de medidas punitivas contra Moscou que foram tomadas em coordenação com o G7 e que são divulgadas após as sanções já reveladas na quarta-feira (23) por Tóquio.
Kishida também pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que "retire suas tropas" da Ucrânia e "cumpra o direito internacional", durante uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira em Tóquio, horas depois de participar da cúpula virtual do G7 para chegar a um acordo sobre a resposta à crise na Ucrânia.
As novas sanções incluem o congelamento de fundos de entidades financeiras russas, bem como determinadas empresas e indivíduos daquele país e a suspensão de vistos para eles, segundo Kishida, que não deu mais detalhes a esse respeito.
O Japão também vai impor controles sobre as exportações de semicondutores e outros produtos destinados ao setor de defesa ou segurança nacional, acrescentou o primeiro-ministro japonês.
As medidas adicionais de Tóquio não incluem o setor de energia, ao contrário das aplicadas pela União Europeia e outros países do G7.
Na última quarta-feira, o Japão anunciou a suspensão de vistos e congelamento de fundos vinculados às autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, além de sujeitá-las a um embargo comercial e bloquear novas emissões de dívida soberana russa nos mercados japoneses.
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Kishida também disse nesta sexta-feira que o Japão consideraria "medidas adicionais" para pressionar Moscou junto com o G7 se a crise ucraniana continuar piorando.
"É uma situação muito grave que pode afetar a ordem mundial, inclusive a Ásia", disse o chefe do Executivo do Japão, Estado que compartilha fronteiras marítimas com a Rússia e mantém uma disputa territorial com o país vizinho sobre as Ilhas Curilas do Sul, chamados Territórios do Norte por Tóquio.