Apesar da aparência amigável, os leões-marinhos têm surpreendido ao atacar banhistas dentro d’água ao longo da costa sul da Califórnia. No último dia 30, Phoebe Beltran, uma garota de 15 anos da cidade de Long Beach, estava nadando quando o animal atacou seu braço direito.Em entrevista ao canal KCAL, a garota contou que estava participando de um treinamento de natação para se tornar salva-vidas júnior, e descreveu o momento como doloroso e angustiante.“Eu estava tão assustada, tão chocada, mas ainda sentia a dor imensa em meus braços, repetidamente”, disse.O braço de Beltran ficou com marcas de mordidas, hematomas e arranhões, apesar de não ter precisado de pontos.Em entrevista para à CNN EUA, o CEO do Marine Mammal Care Center em Los Angeles, John Warner, atrelou o motivo dos ataques dos leões-marinhos na costa californiana, a uma intoxicação por ácido domoico, desencadeada pela proliferação de algas tóxicas.“Os leões-marinhos estão chegando na costa quase em coma quando encalham. Algo está acontecendo porque parece pior em vários níveis”, disse.John Warner completou afirmando que a gravidade da intoxicação está pior do que em outros períodos." Em termos de volume, é definitivamente o pior que já vimos.” finaliza.Quando a toxina neurológica entra no sistema alimentar dos leões-marinhos, ela provoca dificuldades respiratórias e convulsões.Um dos sintomas mais característicos é chamado de “observação das estrelas”, no qual os animais estendem as cabeças para trás por um tempo longo, com os olhos fechados.“Quando são afetados por essa toxina, eles ficam loucos, totalmente desorientados e assustados. Eles realmente não entendem onde estão. Estão lutando para sair da água, para não se afogarem”, disse." Durante esse tempo, os leões-marinhos podem ter um comportamento agressivo ou assustado de luta ou fuga hiperenergética. Se alguém nada ou anda perto deles e o animal não os vê, é aí que alguma coisa pode acontecer”, finaliza.O centro marinho que Warner cuida, recebe de 3 mil a 4 mil chamadas por ano sobre animais doentes e encalhados quando não há emergência. Nas últimas cinco semanas, houve mais de 2 mil chamadas, um volume considerado fora do comum.A toxina, surge naturalmente no Oceano Pacífico. Agora, um processo chamado ressurgência marinha é o responsável por empurrar o ácido para a cadeia alimentar dos animais aquáticos.Conforme os ventos agitam a água fria da costa do sul da Califórnia, sedimentos ricos em nutrientes são levantados do fundo do oceano e se tornam alimento para criaturas menores na água, que são comidas por outras maiores, como pelicanos, baleias e todos os tipos de peixes.Warner explica que, desta forma, os nutrientes se espalham por toda parte do lençol freático se tornando alimentos para os leões-marinhos." Os nutrientes são uma enorme quantidade de alimento que está em todo lugar no lençol freático”, disseOs fertilizantes nitrogenados utilizados na agricultura e descartados pelo homem acabam sendo levados ao oceano por rios e córregos, alimentando as algas que prejudicam os animais.No caso dos golfinhos, a toxina é fatal. Este ano é o pior que o centro já testemunhou para os mamíferos, com mais de 70 encalhes somente no Condado de Los Angeles.“Não há reabilitação que funcione com golfinhos. Na maioria das vezes, quando encalharam já estão mortos”, finaliza.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp