O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, comentou neste sábado (22) que estabelecer relações de paz com Israel é uma "opção estratégica para os países árabes". De acordo com ele, isso só será possível se a Palestina "obtiver liberdade", se acabar a "ocupação israelense" e se for criado um Estado palestino independente com plena soberania sobre o território. "Uma paz real e duradoura continua sendo uma opção estratégica para os países árabes, mas a etapa de relações de paz árabes-israelenses só chegará quando o povo palestino obtiver liberdade e independência e restaurar seus direitos legítimos", afirmou o dirigente em comunicado divulgado pela entidade. De acordo com Aboul Gheit, o povo palestino deve ter "plena soberania sobre os territórios ocupados em 1967" e Jerusalém Oriental como capital. O diplomata lembrou que "há uma total e unânime rejeição árabe aos planos de anexação israelenses" e a qualquer medida unilateral que pretenda "alterar a situação das terras ocupadas por Israel". A declaração da Liga Árabe vem após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado no dia 13 que Israel e Emirados Árabes tinham concordado em estabelecer laços diplomáticos, como parte de um amplo acordo pelo qual as autoridades israelenses paralisarão a anexação do território palestino ocupado. No entanto, a Liga Árabe não fez qualquer referência direta ao estabelecimento de relações entre os dois países. Os Emirados Árabes são o terceiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas plenas com Israel, depois de Egito (1979) e Jordânia (1994). Os israelenses também se aproximaram recentemente de outros Estados do Golfo Pérsico, como Arábia Saudita e Bahrein. Até agora, no Golfo Pérsico, apenas Bahrein e Omã deram as boas-vindas ao estabelecimento de relações entre Emirados Árabes e Israel. A Arábia Saudita e outros países continuam em silêncio. O acordo foi repudiado pelos palestinos, assim como por Irã e Turquia.