Após o terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar na sexta-feira (28), o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) emitiu um alerta sobre o risco elevado de liquefação do solo, um fenômeno que pode intensificar os danos causados pela tragédia.A liquefação do solo ocorre quando sedimentos saturados de água, comumente arenosos ou siltosos, perdem sua resistência devido à forte vibração provocada por um terremoto. Esse processo faz com que o solo se comporte como um líquido, resultando em danos significativos à infraestrutura local. O fenômeno compromete a estabilidade de construções, estradas e outros elementos essenciais para a vida urbana.Confira alguns dos locais onde a liquefação do solo causou danos significativos após terremotos:O Japão, país frequentemente afetado por terremotos, registrou casos notáveis de liquefação do solo ao longo das décadas. O terremoto de Niigata, em 1964, causou destruição generalizada na região norte do país. A liquefação afetou fortemente áreas urbanas, provocando afundamento de edificações e falhas nas redes de infraestrutura, como estradas e sistemas de abastecimento de água. O evento em Niigata foi um dos primeiros a chamar a atenção dos cientistas para a liquefação como um fator significativo nos danos pós-terremoto.Em 2011, o terremoto de Tōhoku, que atingiu uma magnitude de 9,0, gerou um imenso desastre natural. Em várias áreas costeiras e em cidades como Tóquio, a liquefação do solo foi responsável por danos estruturais, com edifícios inclinando-se e grandes áreas de terrenos urbanos sendo afetadas. O impacto foi ampliado pelo tsunami subsequente, mas a liquefação causou danos profundos nas infraestruturas de transporte e em comunidades inteiras do país.Nos Estados Unidos, a liquefação do solo também gerou impactos significativos. Em 1989, o terremoto de Loma Prieta, que atingiu a região da Baía de São Francisco, causou sérios danos devido à liquefação. O fenômeno resultou em afundamentos em áreas residenciais e comerciais, além de falhas em rodovias e sistemas de abastecimento. A área mais afetada foi a cidade de Santa Cruz, onde a liquefação comprometeu a estabilidade do solo e das construções.Outro exemplo significativo aconteceu no Alasca, em 1964, com o terremoto de Anchorage, de magnitude 9,2 – o segundo maior da história. A liquefação provocou deslizamentos de terra em diversas regiões do estado, destruindo grandes trechos de rodovias e causando o colapso de pontes. Em 1999, o terremoto de Izmit, na Turquia, com magnitude 7,4, devastou a região noroeste do país, causando milhares de mortes e danos à infraestrutura. A liquefação foi um dos principais fatores que ampliaram os estragos, especialmente na cidade de Izmit, onde grandes áreas de solo foram afetadas. Muitas edificações afundaram ou tombaram, resultando em um número elevado de vítimas. A resposta do governo turco foi rápida, mas a recuperação da região levou anos, com a liquefação do solo sendo um dos maiores desafios para a reconstrução da região.A Nova Zelândia vivenciou um exemplo recente de liquefação durante o terremoto de Christchurch em 2011, que atingiu uma magnitude de 6,3. O fenômeno afetou amplamente a cidade, onde a liquefação do solo causou afundamento de ruas e prédios, além do deslocamento de grandes volumes de terra. As autoridades locais e os moradores enfrentaram desafios imensos, já que o fenômeno comprometeu a fundação de muitas construções, especialmente as mais antigas, e causou danos significativos às redes de água e gás.Em Palu, na Indonésia, o terremoto e tsunami de 2018 causaram um dos eventos mais dramáticos relacionados à liquefação. O fenômeno afetou principalmente a cidade de Palutungan, onde os terrenos urbanos e rurais afundaram, criando enormes crateras. A liquefação foi uma das principais razões para o colapso de muitas estruturas e a morte de centenas de pessoas. O impacto foi ampliado pela combinação de fortes tremores e um subsequente tsunami. Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp