A chefe de direitos humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, saudou na quarta-feira (21) a condenação por assassinato no caso George Floyd, dizendo que "qualquer outro resultado seria uma farsa de justiça". O ex-policial de Mineápolis Derek Chauvin foi condenado na terça-feira por homicídio no episódio de prisão e morte de Floyd, um marco na história racial dos EUA e uma repreensão ao tratamento dado pela polícia aos negros no país. "Como testemunhamos dolorosamente nos últimos dias e semanas, as reformas nos departamentos de policiamento dos Estados Unidos continuam a ser insuficientes para impedir que pessoas afrodescendentes sejam mortas", disse em comunicado. "Para inúmeras vítimas afro-americanas e suas famílias, nos Estados Unidos e em todo o mundo, a luta pela justiça continua. A batalha para conseguir levar à Justiça esses casos de uso excessivo da força ou de assassinato por parte da polícia e, ainda mais, ganhá-los, está muito longe de acabar", acrescentou Bachelet. Derek Chauvin respondia a três acusações — homicídio em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio culposo — por ter passado 9 minutos e 29 segundos ajoelhado sobre o pescoço e costas de Floyd, que já havia sido dominado e dizia que não conseguia respirar. A pena será anunciada em dois meses, mas, se receber a pena máxima, ele pode pegar até 75 anos de prisão: 40 pelo homicídio em segundo grau, 25 pelo homicídio em terceiro grau e 10 pelo homicídio doloso. A acusação de homicídio em segundo grau, que consiste em um crime não-planejado, mas com desprezo à vida humana, é a mais grave. O homicídio em terceiro grau existe apenas em alguns estados norte-americanos e diz respeito a atos intencionais, mas que levam a uma morte não-planejada. O homicídio culposo é a modalidade mais leve.