Os habitantes de Xangai, novamente confinados apesar da redução das restrições anti-Covid na semana passada, manifestaram sua indignação nesta segunda-feira (6) após dois meses de lockdown na cidade, constataram jornalistas da AFP. A capital econômica chinesa, a cidade mais cosmopolita do país, passa por confinamentos por etapas desde o fim de março em resposta ao novo surto de coronavírus no país. As autoridades permitem que os moradores de zonas de "baixo risco" circulem livremente pela cidade, mas centenas de milhares de pessoas seguem submetidas a restrições e algumas devem ser confinadas novamente após o registro de novos casos da doença. Impedidos de deixar suas casas, dezenas de moradores de um complexo residencial no bairro de Xuhui, no centro de Xangai, criticaram os funcionários chineses vestidos com trajes de proteção. "Atendam a população" gritavam, através dos portões que separam suas casas da rua. "Estou indignado!" disse um homem, que se identificou apenas como Li, por medo de represálias. Segundo ele, os moradores se revoltaram após um confinamento repentino no bairro, no último sábado (4). "Após dois meses de confinamento, já não aguentamos mais. Não estamos infectados, então para que nos prender?", perguntou. Os moradores do condomínio temem ser enviados a um centro de quarentena, segundo uma mídia local, numa mensagem que rapidamente foi censurada nas redes sociais. A China é a única grande economia mundial que persiste em sua estratégia de "Covid zero", sob a qual os casos positivos são isolados e, às vezes, todos os moradores de um edifício devem cumprir quarentena.