Internacional Novo controle de preços desperta fantasma da escassez na Venezuela

Novo controle de preços desperta fantasma da escassez na Venezuela

Cerca de 40 produtos serão afetados pela medida do governo, que tem como objetivo controlar a inflação e a especulação

Agência EFE

Resumindo a Notícia

  • Congelamento de preços proposto pelo governo da Venezuela pode gerar escassez no país
  • Ao menos 40 produtos poderão ter o preço controlado pelo governo venezuelano
  • Ação tem como objetivo controlar a inflação e a especulação de preços
Ambulante vende panetones em Caracas, capital da Venezuela

Ambulante vende panetones em Caracas, capital da Venezuela

Miguel Gutiérrez/EFE - 20.12.2022

O fantasma da escassez despertou na Venezuela após o governo ter anunciado a volta do controle de preços sobre mais de 40 produtos de consumo em massa, uma política que no passado levou a uma escassez generalizada e que busca, como antes, combater a inflação e a especulação.

Confrontado com uma "alteração na dinâmica dos preços", o governo respondeu por meio do órgão regulador do comércio com uma publicação nas redes sociais em que estabeleceu a quantidade de farinha, açúcar, arroz e outros produtos que deve ser vendida. A mensagem gerou um alvoroço e, minutos depois, foi apagada.

Na sequência dessa ameaça, o deputado do partido governista Jesús Faría, presidente da Comissão Parlamentar de Economia e Finanças, confirmou que o governo adotou "um conjunto de decisões para estabelecer preços máximos de varejo para mais de 40 produtos", sem especificar quais seriam sujeitos a esse controle ou quando a medida entrará em vigor.

Na opinião do economista Litsay Guerrero, pesquisador do Cedice (Centro de Difusão do Conhecimento Econômico), o governo está tentando melhorar a percepção da população sobre a própria gestão diante dos aumentos de preços, que em novembro atingiram 21,9%, de acordo com estimativas independentes.

Com este anúncio, a chamada revolução bolivariana busca enviar "o sinal de que quer tomar medidas para resolver estes problemas".

"A questão é que esta não é a forma de resolver, são problemas que não serão resolvidos controlando os preços novamente", disse o especialista à Agência EFE.

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