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Paris, Berlim e Roma se reúnem para debater crise migratória

Em pauta, está plano italiano para diminuir fluxo de imigrantes

Internacional|ANSA Brasil

Portos italianos continuam recebendo milhares de pessoas por semanas
Portos italianos continuam recebendo milhares de pessoas por semanas

O presidente da França, Emmanuel Macron, está reunido nesta segunda-feira (28) com o primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o premier espanhol, Mariano Rajoy, para debater com líderes norte-africanos a crise migratória e o fluxo de deslocados para a Europa.

Além dos chefes de governo e Estado europeus, também participam do encontro a alta representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, e os presidentes do Chade, Idriss Deby, do Níger, Mahamadou Issoufou, e o premier líbio, Fayez al-Sarraj.

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O encontro surge na sequência de uma série de conversas entre os líderes de países europeus sobre um plano criado por Roma para arrefecer a chegada de imigrantes ilegais ao continente através de perigosas rotas no Mar Mediterrâneo.


Apesar do número de deslocados para a UE ter reduzido drasticamente para a Grécia, os portos italianos continuam recebendo milhares de pessoas por semanas. Isso porque os dois países recebem pessoas de rotas distintas: enquanto a primeira recebe mais pessoas que fogem do Oriente Médio, que já foram atingidas por um acordo entre UE e Turquia, o fluxo da Itália é basicamente composto por estrangeiros que vem do norte da África.

Conforme antecipação da ANSA, a declaração final do encontro defenderá a implementação do "projeto italiano" na União Europeia, que fala em cooperação com os governos africanos e na regulamentação dos trabalhos das ONGs no Mediterrâneo, como já ocorre em águas italianas desde o último mês.


"O projeto italiano de cooperação com 14 comunidades locais sobre as rotas migratórias da Líbia é muito oportuno", diz uma parte da declaração final do encontro.

O texto refere-se a um acordo firmado neste domingo (27) com líderes de 14 cidades líbias que, em troca de ajuda do governo italiano, vão tomar medidas para frear a saída de imigrantes.


O documento ainda segue afirmando que o "salvamento no mar continua sendo uma prioridade", mas ressalta que a "Alemanha, França, Espanha e a alta representante da UE parabenizam as medidas tomadas pela Itália no pleno respeito do direito internacional".

"O código de conduta em matéria de salvamento no mar é uma passo adiante positivo que permite melhorar a coordenação e a eficácia dos salvamentos. Os chefes de Estado e de Governo pedem a todas as ONGs que operam na zona de assinar o código e respeitá-lo", diz ainda o documento que será divulgado hoje.

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Os líderes europeus do encontro ainda vão reforçar o compromisso da UE na redistribuição de imigrantes, assinado por todos os países-membros em 2015, e cobrarão das nações do chamado Visegrad (Hungria, República Tcheca, Polônia e Eslováquia) a implementação do acordo.

Esses países se negam a abrigar os deslocados por inúmeros motivos e devem ser alvo de uma punição da União Europeia em breve.

"Todos na Europa precisam aceitar que o velho sistema Dublin não é mais sustentável. Não podem ser a Grécia e a Itália quem devem suportar sozinhas todo o peso, só porque a posição geográfica delas é tal que os refugiados chegam para eles", disse Merkel antes do encontro para o jornal "Welt am Sonntag" lembrando do Tratado que diz que um imigrante deve ser acolhido no país em que entrou na UE.

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