Parlamento cambojano amplia mandato de Hun Sen, mesmo com boicote da oposição

Bangcoc, 24 set (EFE).- O Parlamento do Camboja estendeu nesta terça-feira para mais cinco anos o mandato do primeiro-ministro Hun Sen, apesar do boicote dos deputados da oposição que exigem uma investigação das denúncias de fraude das últimas eleições. Hun Sen, o líder do Sudeste Asiático há mais tempo no cargo, desde 1985, foi eleito com os votos do Partido do Povo do Camboja (PPC), que tem a maioria do Parlamento (68 cadeiras), cuja formação ontem não foi assistida pela oposição. Os deputados do Partido para o Resgate Nacional do Camboja (PRNC), afirmam que seu partido venceu as eleições com 63 cadeiras, mas a Comissão Eleitoral atribuiu apenas 55, e também não compareceram hoje à Assembleia Nacional. A oposição, que denunciou a nova câmara como um "Parlamento de partido único", optou pelo boicote no legislativo ao não chegar a um acordo com o PPC para investigar suas denúncias de fraude nas eleições de 28 de julho. Esta foi uma das exigências que o líder da oposição, Sam Rainsy, colocou nas duas reuniões que manteve na semana passada com Hun Sen, com o qual, no entanto, concordou na criação de uma comissão parlamentar para reformar o sistema eleitoral e as leis que regulamentam os partidos políticos. Os 63 deputados do PRNC se concentraram no domingo em Siem Reap, no noroeste do país, onde juraram não participar da sessão inaugural do Parlamento em um ato simbólico no templo de Angkor, até que suas reivindicações sejam atendidas. Ao longo do dia, Hun Sen jurará o cargo diante do Rei Norodom Sihamoni no Palácio Real. EFE jcp/rpr (foto)