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Pesquisa aponta que 1 em cada 5 crianças vivem em meio à guerra

Relatório da ONG Save the Children reúne dados da ONU e aponta que o número é o maior registrado em 20 anos

Internacional|Carolina Vilela*, do R7

'Crianças e civis nunca deveriam ser alvos', afirmou a CEO da Save the Children
'Crianças e civis nunca deveriam ser alvos', afirmou a CEO da Save the Children

Um relatório divulgado pela ONG Save the Children revelou que uma a cada cinco crianças estão vivendo em áreas afetadas por guerras. Esse número é o maior registrado em 20 anos.

Os dados correspondem ao ano de 2017. Ao todo, 420 milhões de crianças viviam em áreas de conflito, um aumento de 30 milhões em relação ao ano anterior.

A pesquisa, realizada pelo Instituto de Pesquisa da Paz em Oslo e encomendada pela Save the Children, foi lançada dias antes da Conferência de Segurança de Munique, que acontecerá neste final de semana na Alemanha.

O relatório mostra que o Afeganistão, Iêmen, Sudão do Sul, República Centro-Africana, República Democrática do Congo (RDC), Síria, Iraque, Mali, Nigéria e Somália são os dez países com mais crianças afetadas por conflitos.


'Crianças e civis nunca deveriam ser alvos'

O relatório da Save the Children aponta que uma das razões para o aumento do número de crianças vivendo em zonas de guerra é que os conflitos atuais são mais propensos a serem prolongados, urbanos e combatido entre civis.


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Carolyn Miles, presidente e CEO da Save the Children, afirmou que a análise mostra claramente que a situação dessas crianças está piorando e que o mundo está permitindo que isso aconteça.

"Todos os dias as crianças são atacadas porque grupos armados e forças militares que desconsideram leis e tratados internacionais", comenta Miles.


"É chocante que, em pleno século XXI, estejamos retrocedendo em princípios e padrões morais que são tão simples — crianças e civis nunca deveriam ser alvos”, afirmou a CEO.

Stop the War on Children

O relatório, chamado Stop the War on Children, inclui uma análise de dados da ONU sobre violações graves contra crianças que mostram que as violações cresceram em todo o mundo.

Na Síria, bebê foi vítima de ataque com armas químicas
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Para a ONU, as seis violações graves contra crianças são: ser morto, mutilado, recrutado por grupos armados ou sequestrado, violência sexual, ataques a escolas e negação de ajuda humanitária.

O relatório destaca a busca pelos responsáveis de crimes contra crianças, como manter escolas seguras e buscar novas formas de apoiar a recuperação das crianças dos traumas que os conflitos podem causar em suas vidas.

O Stop the War on Children também inclui mais de 20 recomendações para governos garantirem que as crianças sejam protegidas durante a guerra e o conflito.

A Save the Children pede, por meio do relatório, um órgão independente para investigar e analisar todas as violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos e especialmente os direitos das crianças.

"Quando as regras de guerra são quebradas, a comunidade internacional deve estar clara de que isso não será tolerado. Devemos fazer tudo o que pudermos para proteger as crianças de mais danos e ajudar a reconstruir seu futuro", concluiu Carolyn.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Cristina Charão

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