A guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022 levou a Ucrânia a adotar uma lei marcial, que suspende todos os processos eleitorais no país até o final do conflito. Com a medida, as eleições parlamentares de 2023 e as presidenciais de 2024 foram adiadas, sem previsão de data para o próximo pleito. Enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, continua no cargo, a falta de uma eleição geral é explorada pelo Kremlin para questionar a legitimidade do governo da Ucrânia e gerar divisão interna no país. Mas por que a Ucrânia não pode realizar eleições em tempos de guerra e quais são as perspectivas para o futuro político ucraniano?A Constituição ucraniana determina que eleições não podem ocorrer enquanto a lei marcial estiver em vigor. Com um quinto do território ocupado pela Rússia, milhões de cidadãos deslocados e soldados na linha de frente, organizar uma votação segura é inviável. Autoridades ucranianas alegam que, além das dificuldades logísticas, um pleito no meio da guerra enfraqueceria a unidade nacional em um momento crítico para o país.Diante desse cenário, o parlamento ucraniano aprovou uma resolução reafirmando a legitimidade de Zelensky até o fim do conflito. O governo sustenta que eleições só ocorrerão quando houver um cessar-fogo robusto e condições seguras para a população votar.Apesar do contexto de guerra, autoridades ocidentais têm discutido a possibilidade de realizar eleições na Ucrânia. Algumas lideranças europeias e parlamentares norte-americanos consideram ser crucial a realização de um pleito para reafirmar a legitimidade do governo. No entanto, a própria população ucraniana apoia amplamente a suspensão das eleições até o fim da guerra, segundo pesquisas recentes. O debate sobre a continuidade de Zelensky também ganhou eco na política dos EUA. O presidente Donald Trump chegou a chamá-lo de “ditador sem eleições”, reproduzindo a narrativa russa, mas depois negou ter feito a declaração. Embora não haja previsão de eleições, algumas figuras políticas surgem como possíveis candidatos em um futuro pleito. O ex-comandante do Exército, Valery Zaluzhny, atual embaixador ucraniano no Reino Unido, é considerado um dos nomes capazes de desafiar Zelensky. Já o ex-presidente Petro Poroshenko, líder da maior legenda de oposição, não indicou se concorrerá novamente, mas seu apoio pode ser decisivo para qualquer candidato.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp