Prêmio Nobel da Paz fica com grupo japonês Nihon Hidankyo por luta contra armas nucleares
Movimento é formado por sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, lançadas em 1945
Internacional|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
O Prêmio Nobel da Paz foi entregue nesta sexta-feira (11) ao grupo japonês Nihon Hidankyo, que luta contra o uso e fabricação de armas nucleares. Segundo o comitê, a escolha do vencedor se deu “pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar através de depoimentos de testemunhas que as armas nucleares nunca devem ser utilizadas novamente”. Ao todo, 286 candidatos estavam concorrendo à honraria, sendo 197 indivíduos e 89 organizações, mas as indicações são mantidas em sigilo. Além de uma premiação em coroas suecas, a organização também receberá um diploma e uma medalha, entregues em uma cerimônia com a presença do rei sueco, Carlos XVI Gustavo.
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“O destino daqueles que sobreviveram aos infernos de Hiroshima e Nagasaki foram durante muito tempo ocultados e negligenciados”, também ressaltou a organização do prêmio. Em agosto de 1945, tropas americanas lançaram duas bombas sob as cidades de Hiroshima e Nagasaki no fim da 2ª Guerra Mundial, causando a morte de 120 mil pessoas. Essa foi a única vez que armas nucleares foram usadas durante conflitos no mundo.
Desde 1901, já foram concedidos 104 prêmios de Literatura, dos quais 17 foram atribuídos a mulheres. O laureado mais jovem foi Malala Yousafzai, que, com 17 anos, se tornou símbolo da luta pelo direito à educação das meninas, sendo escolhida como vencedora em 2014.
A temporada de premiações começou na segunda-feira (7), com o prêmio na área de Medicina, e terminará na próxima segunda-feira (14) com o escolhido na área de Economia. Apesar de acontecer junto ao Nobel, a premiação da área econômica é oficialmente chamado de Prêmio do Banco da Suécia para as Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, criador da premiação.
Outros prêmios
Medicina
Dois pesquisadores americanos venceram o Prêmio Nobel de Medicina com uma descoberta na área da genética. Victor Ambros, de 70 anos, é professor da Universidade de Massachusetts, e Gary Ruvkun, de 72, leciona em Harvard. Eles descobriram o papel dos microRNAs. Assim como o DNA, que determina as características humanas, os microRNAs também fazem parte das nossas células e influenciam o desenvolvimento de diferentes partes do corpo. Uma falha nesse sistema pode levar uma pessoa a desenvolver câncer.
Física
O Nobel de Física de 2024 foi concedido aos pesquisadores John Hopfield e Geoffrey Hinton, responsáveis por estudos que impulsionaram o aprendizado de máquina, fundamental para o avanço da inteligência artificial, anunciou a Real Academia Sueca de Ciências na manhã desta terça-feira (8). Essas pesquisas abriram caminho para o desenvolvimento de tecnologias que usamos no cotidiano, como reconhecimento facial e tradução de idiomas.
Química
O Prêmio Nobel de Química deste ano foi entregue nesta quarta-feira (9) a um trio de cientistas que estudaram a estrutura de proteínas. Demis Hassabis e John Jumper pertencem à Divisão de Inteligência Artificial do Google e desenvolveram um modelo que mapeia a estrutura de quase todas as proteínas. David Baker, da Universidade de Washington, criou um sistema computacional para projetar novas proteínas. As descobertas têm relevância no estudo dos mecanismos das doenças.
Literatura
O Prêmio Nobel de Literatura deste ano foi concedido à escritora sul-coreana Han Kang “pela sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”, segundo o comitê do prêmio. Nascida em novembro de 1970, em Gwangju (Coreia do Sul), a obra de Kang confronta tramas históricos e um conjunto de regras invisíveis e, em cada uma das suas obras, expõe a fragilidade da vida humana. “Ela tem uma consciência única das conexões entre corpo e alma, os vivos e os mortos, e em seu estilo poético e experimental tornou-se uma inovadora na prosa contemporânea” afirmou o comitê.
Nobel
O prêmio foi criado pelo químico e inventor da dinamite, o sueco Alfred Nobel. O cientista deixou a maior parte da fortuna para subsidiar a criação de prêmios nas áreas de Literatura, Física, Química, Paz e Medicina. Hoje, a honraria também é entregue a estudiosos de Economia. Cada ganhador recebe, além da premiação em dinheiro, uma medalha de ouro e um diploma.